Obituário

Luiz Gonzaga Motta é velado e cremado sob aplausos e lembranças

A despedida reuniu amigos de várias tribos, que lembraram de histórias e aplaudiram o jornalista e professor emérito da UnB

Renata Giraldi - Especial para o Correio
postado em 11/06/2023 17:04 / atualizado em 11/06/2023 19:22
 (crédito:  Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

O jornalista e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) Luiz Gonzaga Motta, de 80 anos, foi velado e cremado neste domingo (11), no Cemitério Jardim Metropolitano, em Valparaíso (GO). A despedida reuniu amigos de várias tribos: jornalistas, professores, alunos, a turma do futebol, o grupo da degustação de vinho, o pessoal das viagens, das fotografias, da pescaria e dos apreciadores de pássaros e plantas. Lembraram de histórias e aplaudiram o amigo que partiu.

Rosana, a viúva, fez uma declaração de amor. "Meu amor se foi", afirma ela. "Dizem que vai passar, eu espero." O filho Pedro Nicolletti diz que o pai ensinou a celebrar a vida, mais uma vez, reunindo pessoas: "Reviver é continuar vivo". Joana, única filha, conta que o pai tinha mil, planos. "Ele planejava viajar, escrever mais livros e fazer e fazer", diz. Lucas, o neto mais velho, afirma que demorou para entender que o avô agregava e formava uma "família diferente". "Era sempre assim."

O professor José Geraldo de Sousa Júnior, ex-reitor da UnB (2008-2012), lembrou dos tempos de pelada e diz que estava ali representando a turma do futebol embora ele e Motta tenham trabalhado juntos por um longo período. "Guardem o sorriso dele. Era garboso e um grande cavalheiro. Com certeza ele já vai organizar a turma que já foi e está esperando a gente para organizar [uma partida]."

Representando a Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), a Associação Latino-Americana de Pesquisadores em Comunicação (Alaic) e a Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej), a diretora da Faculdade de Comunicação da UnB, Dione Moura, ressalta que a contribuição de Motta vai muito além das discussões acadêmicas e científicas. "Ele plantou sementes que jamais perecerão, o jornalismo é feito de pessoas éticas, sempre falava sobre isso."

A chefe do Departamento de Jornalismo da UnB, Ana Carolina Kalume, destaca que é raro conhecer alguém no mercado jornalístico e na academia que não tenha sido aluno de Motta. "Impossível imaginar que alguém não o conhecia. Era do tipo que ensinava o tempo todo, gentil e disposto a atender a qualquer tempo", afirma ela.

Motta morreu na sexta-feira (9/6), pela manhã, depois de passear pelo jardim de casa, que tanto amava para apreciar o canto dos pássaros e conversar com as plantas e flores. Sofria de uma arritmia leve, teve um infarto fulminante. Segundo os amigos, ele repetia que morreria de um infarto rápido e sem sofrimento. Como quem adivinha, foi exatamente o que ocorreu. A cerimônia de despedida dele não teve lamento nem dor, mas muitas recordações.

"Ele era o nosso lateral direita, de vez enquanto era o goleiro, jogava demais e deixava muito jovenzinho sem jeito", brinca o jornalista Luiz Mendonça, um dos organizadores do time de futebol. "Ele vivia dizendo que ia morrer de infarto, mas não esperava que seria agora." A camisa do atlético-MG, time de coração do professor, e ex-secretário de Comunicação do GDF, foi colocada em cima do caixão.

Motta deixou viúva, quatro filhos e três netos.

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