Cães a salvo

Cães que precisavam devorar filhotes para sobreviver são resgatados

Abandonados há pelo menos três anos em um terreno trancado com cadeado em Santa Maria, os cães viviam em condições deploráveis

Pedro Ibarra
postado em 11/06/2023 13:47
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

Nove cães que viviam em condições deploráveis foram resgatados em Santa Maria. Os animais, dois adultos e sete filhotes, estavam trancados com cadeado em um terreno na QR 118 e foram retirados desta situação, em que inclusive devoravam as próprias ninhadas para sobreviver, mediante a uma ação conduzida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a auxilio da advogada Ana Paula Vasconcelos, representante da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF).

Segundo relatos de moradores da região a Ana Paula, os cães estavam trancados com cadeado no terreno há pelo menos três anos, época em que os últimos moradores saíram de lá e deixaram os animais para trás. Durante esse período, os vizinhos tentaram alimentá-los pelo portão, mas havia dificuldade por conta da constante reprodução. Segundo a advogada, a única ninhada que vingou foi a recém resgatada, todas as outras serviram de alimentação para os próprios genitores como um instinto de sobrevivência.

 

Ana Paula lamenta muito a condição que encontraram os cães. “Os cachorros estavam com muita pulga, muito carrapato e muito verme”, diz a ativista. ““É importante que a gente pegue esse caso para entender a falta de responsabilidade que as pessoas têm com os próprios animais. Os moradores simplesmente mudaram e deixaram os cães para trás, como eles imaginaram que eles iam sobreviver presos em um terreno sem água e sem comida?”, questiona.

A advogada também prega que é preciso de uma ajuda de quem está no comando do poder executivo local. “O governo também precisa fazer a sua parte. Precisamos de políticas públicas efetivas de castração, para que possamos ter um controle populacional adequado. O DF ainda não tem isso”, pontua.

 

O futuro dos cãezinhos

Ana Paula levou os cachorros para casa, onde está alimentando e cuidando. Os animais também vão passar por higienização, remédios e vacinas. A ativista pede uma mudança social no tratamento dos animais. “Cada pessoa que opte por ter um animal, precisa entender que será responsável por ele enquanto ele estiver vivo. Um animal que vive em média 15 anos. Então serão 15 anos de dedicação e cuidado”, conta a profissional que está a procura de donos responsáveis para a adoção. “Nós precisamos, cada vez mais, conscientizar, propagar e divulgar a guarda responsável”, acrescenta. “As pessoas precisam entender que ter um animal é ter responsabilidade”, completa.

A advogada está aberta a receber auxílio para cuidar dos cães enquanto não encontra um lar seguro com novos donos para eles. As doações podem ser feitas por pix para loja Cia da Terra, com a chave 37.088.556/0001-91. Nas próprias unidades também é possível compra comida e deixar destinada aos cães. Para outros tipos de doação, basta entrar em contato com Ana Paula pelas redes sociais em @anapvasconcelos no Instagram.

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