Organização criminosa

Ministério Público denuncia membros do PCC e do CV atuantes no DF

Os investigados foram presos no âmbito da operação Sicário, desencadeada pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia)

Darcianne Diogo
postado em 09/06/2023 15:12
 (crédito: Divulgação/PCDF)
(crédito: Divulgação/PCDF)

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ofereceu denúncia contra 12 integrantes das facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), presos no âmbito da operação Sicário, desencadeada pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia). Os detidos são acusados de integrar organização criminosa.

Conforme consta nos autos da denúncia, os membros do PCC estão envolvidos com a prática de crimes de roubos, tráfico de drogas e homicídios. Já os que integram o CV atuam diretamente em roubos e receptações. Os denunciados são: Guilherme dos Santos Brito, Deivisson Gonçalves de Almeida (Dentinho), Jocélio Ribeiro dos Anjos (JC ou Jotinha), Gustavo Alves da Silva (Voizinha), Ítalo Custódio da Cruz (Veinho), João Victor Miranda Cândido (Mikinhas), Ismael Fernando de Carvalho Correa (Nego), Danúbio de Jesus Gomes (UBA), Jocimar Ferreira Duque (Munrá), Emilly Aparecida Soares (Galega) e Dina Mariana Pereira da Silva.

A segunda fase da operação Sicário foi desencadeada em 29 de maio e resultou na prisão de 11 membros do PCC e um do CV. Na primeira etapa da operação, a PCDF chegou ao encalço de Gabriel dos Santos Lima, membro da organização criminosa paulista. Gabriel é filho de Walter Pereira de Lima, também membro do PCC e atualmente preso no Complexo Penitenciário da Papuda. Walter é acusado de ser o responsável por transmitir recados da facção para a rua e por ameaçar sequestrar a família da juíza da Vara de Execuções Penais (VEP), Leila Cury.

A polícia constatou que, entre 2008 e 2016, foram registrados diversos casos de homicídios relacionados a guerras entre gangues de Brazlândia por disputa por pontos de tráfico de drogas. As investigações revelaram que, em regra, os assassinatos eram ordenados por grandes traficantes, que cooptavam pessoas para serem os executores dos crimes. O respectivo cenário de violência possibilitou à polícia chegar ao encalço dos “líderes”.

Recados


Walter Pereira foi o responsável por batizar o filho para o ingresso na facção. “Waltinho”, como é mais conhecido, foi condenado a mais de 58 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas, roubos, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa. O ex-integrante do Comboio do Cão (CDC), facção fundada no DF, está envolvido em uma série de crimes relacionados ao PCC. Em 2015, o grupo em que ele pertence foi responsável por, pelo menos, 22 explosões de caixas eletrônicos no DF. No mesmo ano, ele e a mulher (também integrante do PCC), conhecida como “Rapunzel”, foram detidos com um total de 39 artefatos explosivos.

Walter dava ordens  de dentro da cadeia
Walter dava ordens de dentro da cadeia (foto: Material cedido ao Correio)

Preso, Walter começou a articular formas para repassar recados para criminosos soltos. O filho Gabriel foi encarregado por ele para a missão de recrutar e batizar novos membros para a facção. Em uma das conversas colhidas pela polícia, de 2022, Gabriel chega a dizer que o pai “o colocou em uma facção”. O genitor ainda atribuiu outras ordens ao criminoso, como atacar policiais e atear fogo nos ônibus da cidade. O objetivo era gerar pânico na cidade e atacar grupos rivais.

O criminoso de alta periculosidade também se envolveu na transmissão de recados ameaçadores a um delegado da PCDF e à juíza da VEP. No manuscrito, Walter ordenava o sequestro de um membro da família da magistrada, na tentativa de coagi-la a expedir alvarás de soltura de internos.

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