Meio ambiente

Após ataque de onças, moradores de Valparaíso fazem vigília

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente da região, não foram registradas novas intercorrências relacionadas a aparição dos animais nas propriedades. Na terça-feira (6/6), os felinos atacaram e mataram 14 ovelhas

Júlia Eleutério
postado em 08/06/2023 15:15 / atualizado em 08/06/2023 15:16
 (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

As onças que assustaram os moradores de Valparaíso de Goiás e mataram 14 ovelhas ainda não foram capturadas pela Secretaria de Meio Ambiente da região. No entanto, após a cena de horror de terça-feira (6/6), os animais não retornaram às propriedades locais. Segundo informação da pasta nesta quinta-feira (8/6), não houve novas ocorrências de aparição ou ataques dos felinos nos últimos dias e o órgão segue acompanhando o caso.

Os moradores da região tiveram uma noite tranquila, mas seguem em alerta para evitar novos prejuízos. Há uma semana, eles convivem com as onças que circulam pelo Parque Marajó, em Valparaíso de Goiás. Na terça-feira (6/6), os animais mataram 14 ovelhas e feriram outras três com marcas de garras e mordidas em uma propriedade local, deixando um prejuízo estimado pelos proprietários de R$15 mil. O medo tomou conta na região por receio de novas matanças.

Na manhã desta quarta-feira (7/6), equipes da Secretaria de Meio Ambiente da região foram até a propriedade onde tudo ocorreu para fazer perícia e tomar as medidas necessárias. Procurada pelo Correio, a pasta destacou que, diante da gravidade do ocorrido e da necessidade de uma intervenção especializada, foi enviada ao local uma equipe de resgate de animais silvestres, composta por biólogos e médicos veterinários, e com a análise inicial, não foi possível precisar a quantidade de animais.

A confirmação até o momento é de que o ataque foi feito por um felino de grande porte, podendo ser uma onça parda. “Estamos analisando os fatos e obtendo informações para ter uma solução precisa. No local, identificamos pegadas e rastros que estão sendo analisados”, disse em nota. Segundo a secretaria, a perícia vai identificar as circunstâncias do ataque e as medidas necessárias para prevenir ocorrências futuras. A pasta ressalta que acompanha o caso de perto.

Relatos

Carlos Alberto de Sousa, 34 anos, é caseiro do lote onde ocorreu o incidente com os animais e levou um enorme susto quando viu as ovelhas feridas e mortas. Ele e a esposa, Antônia Maria Carvalho, 38 anos, não ouviram nada na madrugada do ocorrido. “As ovelhas não fizeram barulho nenhum e nem os outros animais deram o alarde”, comentou. Carlos conta ainda que ele e outros moradores da região chegaram a ver a onça de cor escura uma semana antes do ataque e na noite de terça-feira. “Ela voltou depois de matar as ovelhas e estava puxando uma das que morreu para a mata", recordou. "O desastre foi grande", lamentou.

Quem viu primeiro as ovelhas mortas foi Antônia. Ela conta que acordou cedo para ver os animais da propriedade e de cara se deparou com três ovelhas estraçalhadas para o lado de fora do curral. “Nós prendemos todas na noite anterior. Levei um susto”, relembrou. Ao abrir o local onde os animais ficavam, se deparou com a cena de terror. "Era ovelha com a cabeça arrancada, com as pernas quebradas e muito sangue para todo lado. Horrível", recordou a caseira.

A proprietária da chácara, Eunice Araújo Vieira, 47 anos, conta que o susto foi grande. "Eles (os caseiros) ligaram para a gente de manhã, dizendo que tinha acontecido algo e, quando chegamos, só vimos o estrago", contou. "Triste demais ver as ovelhas mortas assim, porque pegamos para criar. Meu marido adora a criação de animais", disse, comentando que a pressão do esposo subiu ao saber do ocorrido. “A gente teme pelos outros animais que temos e pelas pessoas”, destacou. Na propriedades, são criados também gado, galinhas, porcos, égua, burro e cabras.

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