SAÚDE ANIMAL

Vacinação antirrábica para cães e gatos começa neste sábado (3/6) no DF

A Secretaria de Saúde (SES-DF) espera superar os números de 2022, ano em que foram imunizados 229.126 animais (186.664 caninos e 42.462 felinos). O atendimento ocorre de segunda a sábado

Carlos Silva*
postado em 02/06/2023 18:02
É aquele ditado,
É aquele ditado, "quem ama cuida". Quanto mais saudável for o nosso pet, mais tempo ele passa com a gente", diz Cecília Gelenske - (crédito: Arquivo Pessoal)

Começa neste sábado (3/6) a vacinação antirrábica no Distrito Federal, e tutores de toda a capital podem levar seus bichinhos para se imunizar. A Secretaria de Saúde (SES-DF) espera superar os números de 2022, ano em que foram imunizados 229.126 animais (186.664 caninos e 42.462 felinos). O atendimento ocorre de segunda a sábado. Os locais podem ser conferidos no site da SES-DF.

Cecília Gelenske, 23 anos, está empolgada para levar a pet para vacinar. Ela conta que a pequena Nina Fiona, uma shih-tzu de dois anos, ainda não tomou o reforço anual contra raiva, mas o fará neste sábado. Para a moradora da Asa Norte, cuidar da saúde do bichinho também é uma forma de demonstrar carinho. “Acho que é muito importante cuidar da saúde dos nossos bichinhos, assim como cuidamos da nossa. É aquele ditado, quem ama cuida. Quanto mais saudável for o nosso pet, mais tempo ele passa com a gente”, afirmou.

Assim como Gelenske, a estudante Maria Alice, 22 anos, também vai levar a pequena Rubi para vacinar. A gata foi adotada pouco depois da pandemia de covid-19 e, desde então, vem tomando a vacina todos os anos, e agora não será diferente. A moradora de Vicente Pires também destaca a relevância do cuidado com a saúde dos animais, mas pontua que seria benéfico ter mais pontos de vacinação. “Vou levar meu bichinho para tomar a vacina, porque é muito importante. Só acho que seria interessante ter um local de imunização aqui na Vicente Pires, pois também temos muitos cuidadores”, apontou.

A estudante Maria Alice, 22 anos, também vai levar a pequena Rubi para vacinar, mas conta que seria importante ter um ponto de imunização em Vicente Pires
A estudante Maria Alice, 22 anos, também vai levar a pequena Rubi para vacinar, mas conta que seria importante ter um ponto de imunização em Vicente Pires (foto: Arquivo Pessoal)

Importância da vacina

Lucas Edel, professor de Medicina Veterinária do Centro de Ensino Unificado de Brasília (Ceub) alerta que a vacina antirrábica é fundamental não só para a segurança dos pets, mas também de seus tutores. “A raiva é uma doença letal, ou seja, não tem cura. Há pessoas que sobreviveram, mas são, vamos dizer assim, milagres. Então, a vacina é extremamente importante e tem como principal objetivo evitar que o animal tenha o vírus e consequentemente possa transmitir para os seres humanos”, explicou.

O especialista também alerta que os tutores também devem se atentar a cartela de vacinação dos animais para evitar o contágio de outras doenças. “Temos, por exemplo, além da própria raiva, a leishmaniose e esporotricose, as quais são as principais doenças que nós observamos no território brasileiro e têm grande potencial de transmissão aos humanos”, pontuou.

Edel recomenda que os tutores não tenham receio de levar o bichinho para vacinar, já que essa é a única medida de proteção contra a raiva. “As vacinas são extremamente seguras e utilizadas há várias décadas no Brasil. Só conseguimos acabar com a doença no Brasil e reduzir os casos com a vacinação de cães e gatos. Em alguns animais, ela pode gerar um desconforto ou dor no local da aplicação, como gera em humanos, mas isso é normal. Então, vacinem os animais e não tenham receio, porque a raiva mata”, alerta.

Por fim, o veterinário alerta que, caso um animal pet ou humano seja atacado por um animal do qual não se sabe se foi imunizado contra raiva, o melhor a se fazer é ir ao hospital. "É sempre recomendado que procurem uma unidade de saúde para fazer o protocolo de pré-exposição contra Raiva. Como a raiva não tem cura, aplicamos algumas doses de vacina para evitar a progressão do vírus e, consequente, fazer com que o infectado não desenvolva a doença", adverte.  

Imunização mais cedo

Em áreas rurais do DF, a vacinação foi adiantada e começou nessa quinta-feira (1/6). Isso foi feito por meio de uma parceria entre Secretaria de Saúde e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). Segundo o gerente de Desenvolvimento Agropecuário da Emater, Alessandro Rangel, os extensionistas do órgão têm mais contato com os produtores e sabem onde estão as famílias com mais animais.

Cada escritório da instituição, junto com a Saúde-DF, vai definir se a vacinação será em posto fixo ou com técnicos indo até os produtores. Isso acontece, porque, segundo Rangel, alguns agricultores possuem uma grande quantidade de animais, o que torna difícil o deslocamento ao escritório local.

 

*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti

 

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