CPI dos Atos Antidemocráticos

Em CPI, Heleno nega referência a Lula sobre "bandido sobe a rampa"

General foi ouvido na CPI dos Atos Antidemocráticos na manhã desta quinta-feira (1°/6). Questionado em dezembro por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se "bandido não sobe a rampa", ele afirmou que "não"

Pablo Giovanni
postado em 01/06/2023 15:49
 (crédito: Ed Alves/CB/DA Press)
(crédito: Ed Alves/CB/DA Press)

O general Augusto Heleno, respondeu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos sobre um episódio em que ele deixava o Palácio do Planalto, em dezembro do ano passado, quando foi perguntado por um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro se “bandido sobe a rampa” e respondeu que “não”. Heleno explicou, nesta quinta-feira (1°/6), que a frase não foi referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Não tinha nome na pergunta. Eu continuo achando que ladrão não sobe a rampa. Continuo achando isso. Não tinha nome na pergunta (...) Eu estava dentro do carro, e apareceu uma pergunta que nem me lembro exatamente. Mas, eu tenho certeza que não tinha nome. ‘Ladrão sobe a rampa? Não’. Tinha acontecido várias perguntas na mesma hora, e eu respondi não. Atribuíram esse não a pergunta de ladrão sobe a rampa”, respondeu ao deputado Fábio Felix (PSol).

O caso foi revelado pelo portal Metrópoles. No decorrer da CPI, Heleno foi questionado pela deputada Paula Belmonte (Cidadania) se "ladrão sobe a rampa". O general, então, respondeu que não. Logo em seguida, a parlamentar disse que um ladrão "subiu", "mas a população brasileira votou com 50 e pouco por cento que ladrão sobe a rampa", em alusão ao presidente Lula, eleito democraticamente nas urnas em outubro do ano passado.

Saga entre Heleno e CPI

A saga entre CPI e Heleno teve início em março, quando o general, que era convidado, informou à CPI que estaria de viagem no dia do depoimento, e pediu para que a oitiva dele fosse antecipada. O depoimento de Heleno foi considerado importante para a comissão, que concordou. No entanto, um dia antes do depoimento, o general avisou que foi orientado por apoiadores a não colocar “gasolina” nos ânimos, e por isso não compareceria. O “blefe” do braço direito de Bolsonaro enfureceu integrantes da CPI.

Os distritais, então, aprovaram uma nova convocação, não só de Heleno, mas de outros dois generais. No entanto, o Exército decidiu entrar em cena e propôs um acordo com a CLDF para que essas convocações fossem transformadas em convites. Convidados não são obrigados a comparecer.

Em troca, o Exército garantiria a presença de todos os generais que fossem alvos de pedidos da CPI. O pedido do Exército teria sido encaminhado pelo comandante Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

 

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