CPI

Para general Heleno, acampamento bolsonarista era manifestação "ordeira"

Heleno é ouvido na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa. O general considerou que o acampamento foi uma "experiência nova"

Pablo Giovanni
postado em 01/06/2023 14:46
 (crédito: Ed Alves)
(crédito: Ed Alves)

O general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que o acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército, na visão dele, era um local sadio, com pessoas em clima ordeiro e sem nenhum acontecimento de maiores consequências. Heleno considerou que foi uma experiência “nova”.

Antes de responder à pergunta do relator Hermeto (MDB) na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF), o general esclareceu que não foi ao acampamento, porém via fotos do local. No entanto, soube que o espaço era frequentado por pessoas que falavam sobre religião.

“Eu não sei como era a organização do acampamento. Não sei mesmo como eles se resolviam em relação a alimentação, em termos de assistência (médica). Tinham muitas mulheres e crianças. O acampamento foi uma atividade que durou muito tempo, e sem nenhum acontecimento de maiores consequências ruins”, disse.

“Foi uma experiência nova, em termos de manifestação política. (Foi) manifestação ordeira, disciplinada, e que deve ter acrescentado alguma coisa nos movimentos políticos brasileiro”, completou.

Saga entre Heleno e CPI

A saga entre CPI e Heleno teve início em março, quando o general, que era convidado, informou à CPI que estaria de viagem no dia do depoimento e pediu para que a oitiva dele fosse antecipada. O depoimento de Heleno foi considerado importante para a comissão, que concordou. No entanto, um dia antes do depoimento, o general avisou que foi orientado por apoiadores a não colocar “gasolina” nos ânimos, e por isso não compareceria. O “blefe” do braço direito de Bolsonaro enfureceu integrantes da CPI.

Os distritais, então, aprovaram uma nova convocação, não só de Heleno, mas de outros dois generais. No entanto, o Exército decidiu entrar em cena e propôs um acordo com a CLDF para que essas convocações fossem transformadas em convites. Convidados não são obrigados a comparecer.

Em troca, o Exército garantiria a presença de todos os generais que fossem alvos de pedidos da CPI. O pedido do Exército teria sido encaminhado pelo comandante Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

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