A minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Segurança Anderson Torres é considerada pelo ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, como “sem credibilidade”.
Heleno é ouvido, na manhã desta quinta-feira (1º//6), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa (CLDF). Questionado se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em tratativas sobre a elaboração da minuta, o general disse que Bolsonaro nunca participou de nenhuma conversa sobre tentativa de golpe.
“Não tenho a menor ideia de quem redigiu esse documento. Jamais participei de reuniões com o presidente e não acredito que ele tenha participado que tratasse desse assunto. O documento é apócrifo, pelo que li na imprensa, que fazia algumas conjecturas que nunca foram consideradas, porque era um documento sem credibilidade”, disse.
“Tanto é que, (esse documento) ficou exposto na casa do querido ministro Anderson Torres, pelo que vi na imprensa. O ministro era um homem extremamente leal e preparado. Gosto muito dele. Foi uma página ruim da vida dele esse acontecimento desse tal de documento”, completou.
Sobre a existência do documento na casa de Torres, Heleno acredita que o ex-ministro tenha recebido o documento e tratado a minuta como uma qualquer. “Ele viajou, o documento ficou lá (…) o documento era tão secreto que tava lá exposto. Então, não era documento que merecesse todo esse cuidado”, pontuou.
Heleno é ouvido
A saga entre a CPI e Heleno teve início em março, quando o general, que era convidado, informou à CPI que estaria de viagem no dia do depoimento e pediu para que a oitiva fosse antecipada. O depoimento de Heleno foi considerado importante para a comissão, que concordou.
No entanto, um dia antes do depoimento, o general avisou que foi orientado por apoiadores a não colocar “gasolina” nos ânimos e, por isso, não compareceria. O “blefe” do braço direito de Bolsonaro enfureceu integrantes da CPI.
Os distritais, então, aprovaram uma nova convocação, não só de Heleno, mas de outros dois generais. No entanto, o Exército decidiu entrar em cena e propôs um acordo com a CLDF para que essas convocações fossem transformadas em convites. Convidados não são obrigados a comparecer.
Em troca, o Exército garantiria a presença de todos os generais que fossem alvos de pedidos da CPI. O pedido do Exército teria sido encaminhado pelo comandante Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
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