CPI

"É bom refletir sobre a palavra golpe", diz general Heleno à CPI

O general Heleno disse que, para um golpe ter sucesso, precisava ter líderes. Ele defendeu as manifestações de bolsonaristas, que estavam insatisfeitos com o resultado das urnas

Pablo Giovanni
postado em 01/06/2023 11:08 / atualizado em 01/06/2023 20:14
 (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos que a expressão "golpe", usada pelas pessoas para se referir à invasão aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro, está sendo mal empregada. 

O general disse aos distritais que o termo é empregado com extrema vulgaridade. “Um golpe, para ter sucesso, precisa ter líderes. Um líder principal, alguém que esteja disposto a assumir esse papel. Não é uma atitude simples, ainda mais em um país do tamanho do Brasil. Esse termo golpe está sendo empregado com extrema vulgaridade. Não é uma coisa simples de se avaliar que uma manifestação, demonstração de insatisfação, por exemplo, possa se caracterizar um golpe”, disse o general.

Heleno ainda considerou que a tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal, em 12 de dezembro, para ele, não foi uma tentativa de golpe. O general é ouvido na CPI da Câmara Legislativa sobre os atos do dia 12 e de 8 de janeiro.

Saga entre Heleno e CPI

A saga entre CPI e Heleno teve início em março, quando o general, que era convidado, informou à CPI que estaria de viagem no dia do depoimento, e pediu para que a oitiva dele fosse antecipada. O movimento de Heleno foi considerado importante para a comissão, que concordou. No entanto, um dia antes do depoimento, o general avisou que foi orientado por apoiadores a não colocar “gasolina” nos ânimos, e por isso não compareceria. O “blefe” do braço direito de Bolsonaro enfureceu integrantes da CPI.

Os distritais, então, aprovaram uma nova convocação, não só de Heleno, mas de outros dois generais. No entanto, o Exército decidiu entrar em cena e propôs um acordo com a CLDF para que essas convocações fossem transformadas em convites. Convidados não são obrigados a comparecer.

Em troca, o Exército garantiria a presença de todos os generais que fossem alvos de pedidos da CPI. O pedido do Exército teria sido encaminhado pelo comandante Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

 

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