Vítima de tentativa de feminicídio, Cleonice Maria de Lima, 46, está em estado estável no Hospital São Franscico, em Ceilândia. Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II (Deam II), responsável pelo caso, investiga se o ex-companheiro, identificado como Cleuson Sousa de Moura, 43 anos, teve ajuda de terceiros para fugir do local do crime, em Ceilândia, na noite deste domingo (28/5).
Cleuson aguarda por audiência de custódia e continua preso na Divisão de Controle e Custódia de Presos (DPE). Após invadir invadir o hospital onde a ex-companheira trabalhava como recepcionista e efetuar disparos contra ela, o suspeito fugiu e foi encontrado armado em uma parada de ônibus no Recanto das Emas, ainda na noite do crime. O homem foi preso por policiais militares.
A delegada-chefe da Deam II, Letizia Lourenço, afirma que a corporação acompanha o caso de perto e que segue com as investigações. "Ele foi preso também pelo porte ilegal de arma, que estava com a numeração raspada. A Polícia continua investigando, inclusive se há a participação de terceiros e como se deu a fuga", pontua.
De acordo a delegada, mesmo após o pedidos de medida protetiva, Cleuson tornou a procurar a ex-companheira e não desistiu de reatar a relação. "Na noite deste domingo, aconteceu essa fatalidade de ele entrar no trabalho dela e efetuar quatro disparos contra a vítima, inclusive pelas costas, provavelmente numa tentativa dela fugir", enfatiza.
Entenda o caso
Por volta das 21h deste domingo (28/5), o suspeito entrou encapuzado no Hospital São Francisco, o mesmo onde a vitima segue internada e trabalhava, efetuando vários disparos contra Cleonice Maria de Lima. Em seguida, ele fugiu em um carro vermelho.
Cleuson, que é morador de Águas Lindas de Goiás, foi preso em uma parada de ônibus do Recanto das Emas. Com ele, a polícia encontrou um revólver, com oito balas intactas. O homem foi conduzido inicialmente para a 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), mas foi encaminhado à Deam II logo em seguida.
Histórico de agressões
Moradora de Ceilândja e trabalhando como recepcionista no hospital, Cleonice já havia sofrido ameaças do ex-companheiro e tinha uma medida protetiva contra ele. Segundo apuração do Correio, na madrugada do dia 5 de maio, Cleuson entrou no hospital e ameaçou a mulher de morte.
O suspeito e a vítima tiveram um relacionamento amoroso por quatro anos, que terminou em abril deste ano. No boletim de ocorrência feito por Cleonice, ela diz que, na madrugada de 5 de maio, estava no hospital quando Cleuson chegou ao local portando “algum objeto similar a uma arma, pois fez gesto de que estava com algo por baixo da blusa”. O vigilante do hospital notou que Cleonice, que é recepcionista do local, estava assustada, e pediu para o homem para se retirar.
A vítima relatou que era perseguida pelo ex-companheiro e que ele queria que o relacionamento fosse retomado. Além desse boletim, Cleonice registrou outra ocorrência contra Cleuson em 2020. Na época, o homem a agrediu fisicamente e verbalmente, além de ameaçá-la de morte. Ele foi preso e depois foi solto em audiência de custódia. Ela decidiu desculpá-lo e os dois reataram a relação até abril deste ano.
Com o término do relacionamento e a nova denúncia, ela conseguiu medida protetiva contra Cleuson, que deveria manter 300 metros de distância; proibição de contato com a vítima por redes sociais; e proibido de comparecer ao local de trabalho da vítima.