O advogado Cledmylson Lhayr Feydit Ferreira, 60, acusado de agredir uma advogada e ameaçar um conselheiro da OAB-DF de morte, teve os créditos da conta bancária penhorados pela 15ª Vara Cível de Brasília por uma dívida judicial, de R$ 18 mil, com um policial militar do Distrito Federal. O caso ocorreu em março de 2016, quando o advogado xingou o PM dentro de uma delegacia.
Cledmylson, nesse processo, foi condenado a indenizar o policial por danos morais. No dia 5 de março de 2016, uma viatura da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) avistou um homem suspeito fazendo manobras e trafegando em alta velocidade, próximo à ponte JK. Segundo consta no boletim de ocorrência, os policiais iniciaram uma perseguição, resultando na abordagem do homem, que é cliente de Cledmylson.
O homem foi encaminhado à 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). Enquanto a ocorrência era lavrado, Cledmylson chegou, se apresentando como advogado do homem preso, e xingou um policial de “vagabundo”, “babaca” e “otário”. O advogado foi preso em flagrante pelo crime de desacato dentro da delegacia.
No processo, o policial pediu indenização de R$ 10 mil. No entanto, o advogado não pagou e os valores foram atualizados, com juros e correção monetária, para R$ 18 mil. Já que todos os bens de Cledmylson foram penhorados, agora, a 15ª Vara Cível de Brasília determinou a penhora de todos os valores contidos nas contas bancárias dele.
O Correio telefonou para o advogado responsável pela defesa de Cledmylson, mas até o momento não obteve retorno.
Carteira suspensa e prisão
O advogado teve a carteira profissional suspensa pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal (OAB-DF), após agredir a colega Giselle Piza de Oliveira, 41, em 20 de março, no Sudoeste. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da instituição.
Após essa decisão, Cledmylson ameaçou de morte o conselheiro presidente do TED, Antonio Alberto. O presidente, então, registrou boletim de ocorrência contra o advogado. Na delegacia, Alberto contou que as ameaças ocorreram por meio de mensagens do Instagram. Além do conselheiro, o advogado enviou mensagens ameaçando a filha e a esposa dele.
Com esses dois episódios, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu o advogado, em 27 de março. Segundo apuração da reportagem, Cledmylson está envolvido em pelo menos 78 ocorrências policiais registradas nas delegacias do Distrito Federal. Dessas, em pelo 30, ele aparece como autor dos fatos.