O Exército decidiu que vai intermediar o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF). O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) está preso desde 4 de maio, investigado por fraudar cartões de vacina.
A reportagem apurou que existiam dúvidas se a força faria ou não a assessoria parlamentar de Cid, principalmente porque o Exército quer evitar qualquer desgate com comissões parlamentares de inquérito que possam surgir.
No entanto, o martelo para que o Exército preste apoio a Cid em quaisquer CPIs ocorreu na manhã desta sexta-feira (26/5). Cid é convocado da CPI dos Atos Antidemocráticos, mas a data para ouvi-lo ainda não foi definida pelos distritais — a mudança para convite, assim como ocorreu com os generais, não é descartada.
Acordo
Um "acordo de cavalheiros" assegura os depoimentos de personagens-chave para o andamento da CPI dos Atos Antidemocráticos. É esperado, nas próximas semanas, o comparecimento de dois dos três generais convocados.
Apesar de todos estarem convocados, um acordo entre o Exército e os deputados distritais transformou em convites (quando não são obrigados a comparecer) a vinda de Gustavo Henrique Dutra de Menezes, o general Dutra, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), já ouvido; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), que será ouvido em 1° de junho; e Marco Edson Gonçalves Dias, o G.Dias, deve ser ouvido pelos distritais em 17 de junho.
No caso de Cid, a liberação dele deve ser analisada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).