Envolvido em pelo menos quatro assassinatos em Águas Lindas de Goiás, Weberth da Silva Alves, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), é apontado como o mandante da morte de um faccionado do Comando Vermelho (CV), no Entorno. O crime foi cometido por outros dois integrantes da organização criminosa e gravado por eles. Weberth também teria ordenado a morte do motoboy Geovane Reges Barbosa, 21 anos, que foi estrangulado e carbonizado em junho de 2022, e de Randerson Silva Carmo, 24, decapitado em julho de 2021.
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Conhecido como “Zóio”, o criminoso de alta periculosidade é considerado foragido da Justiça. Ele teve a foto divulgada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em abril, após ficar comprovado o envolvimento dele no assassinato de Randerson (leia abaixo).
Há mais de três anos, Weberth entrou na mira da polícia por integrar o PCC e causar uma série de episódios violentos na região do Entorno contra traficantes rivais. O motivo seria a disputa pelo comando do tráfico de drogas em Águas Lindas. O caso mais recente ocorreu na quinta-feira passada (18/5). Disfarçados de policiais, dois membros do PCC invadiram a casa de um faccionado do CV e assassinaram ele e um outro rapaz a tiros. A execução foi filmada pelos próprios autores e divulgada nas redes sociais.
No vídeo, a dupla exige que as vítimas coloquem a mão na cabeça e obrigam eles a dizerem onde estão guardadas as drogas. "Polícia, polícia. Bota a mão na cabeça", grita um dos autores. De bruços, um dos rapazes diz que não sabe de nada. Segundos depois, é possível escutar dois disparos por arma de fogo no vídeo. "Ele se juntaram para invadir a casa e matar a vítima. O segundo rapaz que estava na casa não era do Comando Vermelho. Ao que parece, estava de passagem na casa, mas foi morto mesmo assim", afirmou o delegado Vinícius Máximo, da Delegacia de Águas Lindas.
Um dia depois do crime, na sexta-feira (19/5), policiais civis do Grupo Especial de Investigações de Homicídios (GIH) da 17ª DPR prenderam o faccionado do PCC envolvido no crime. O segundo autor morreu em confronto com policiais militares no distrito de Girassol (GO).
Caso Geovane
Welberth está envolvido em um dos maiores casos de repercussão de Águas Lindas, o assassinato do motoboy Geovane. Ele chegou a ser preso em julho do ano passado pela PCGO dentro de um ônibus, em Araguari (MG), enquanto se preparava para fugir para São Paulo. Segundo as investigações, o autor foi o responsável por armar uma emboscada para matar Geovane. O motoboy desapareceu depois de sair de casa para tocar em uma festa na região. Dias depois, o corpo dele foi encontrado carbonizado em uma área de mata de Brazlândia.
Por meio de uma ligação, Weberth convidou o jovem para tocar numa festa em Padre Lúcio (GO), mas, antes, eles deveriam se encontrar numa casa. A polícia constatou que, na verdade, se tratava de uma emboscada e não havia nenhum evento marcado. Geovane recebeu um golpe de mata leão ao chegar na residência e foi estrangulado.
O homicida contou com o apoio de outros três comparsas para praticar o crime. Dois deles, um maior de idade e um adolescente, também membros do PCC, foram capturados. De acordo com a apuração policial, após matarem Geovane, os criminosos pegaram o carro da vítima e seguiram em direção a uma festa no Setor Norte de Brazlândia. Depois, tiraram o som do veículo e esconderam na casa do pai de um dos autores. O corpo do jovem foi localizado carbonizado na tarde de 21 de abril do ano passado.
Decapitado por rivais
Em julho de 2021, Weberth e dois homens abordaram e levaram Randerson, membro do CV, até uma casa, no Setor de Indústrias de Ceilândia. À época, um dos presos contou à polícia que, além da rivalidade entre os membros, as duas facções estariam disputando o ponto de tráfico em Águas Lindas. Randerson foi submetido a um tribunal do crime, onde foi “julgado” e sentenciado à morte. A execução foi filmada pelos assassinos e mostram o momento em que os autores usam uma tesoura para cortar a cabeça da vítima.
Um outro vídeo gravado pelo grupo do PCC mostra os membros dentro de um carro levando a cabeça de Randerson até uma praça, no Setor Santa Lúcia de Águas Lindas. A ideia de colocar a cabeça naquele local seria uma forma de “marcar território”. Já o corpo foi localizado em 7 de julho em um matagal próximo à Quadra 9 do Setor Industrial de Ceilândia. A perícia constatou que se tratava de Randerson.
Em 10 de fevereiro, o Tribunal de Justiça do DF condenou dois dos envolvidos no crime: Fernando Gomes de Morais, conhecido por Esquerdinha; e José Francisco Feitosa Filho, o Foguinho. Fernando pegou 12 anos de prisão; e José, 16 anos, em sessão de julgamento que ocorreu em 10 de fevereiro.