SINAIS DO INVERNO

Comércio se aquece para o frio e aposta no clima para acelerar vendas

As temperaturas começaram a baixar no Distrito Federal. Para lojistas, o momento é de abastecer o estoque com roupas mais pesadas e quentes, mais procuradas pelos clientes

O brasiliense já sente os primeiros sinais do inverno, previsto para o dia 21 de junho, chegando. No início da manhã de ontem, as temperaturas caíram para a casa dos 10ºC em alguns pontos do Distrito Federal. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o período entre o fim desta semana e o início da próxima, as mínimas devem ficar ainda mais frias do que as temperaturas registradas nos últimos dias.

A queda nas temperaturas deve se intensificar daqui para frente, ou seja, é hora de tirar os itens mais pesados do armário ou renovar o guarda roupa com as novidades da estação, o que aquece, também, o setor de vestuário, ao englobar casacos, cobertores, moletons, echarpes e toucas de frio, itens que são bem procurados pelos consumidores neste período.

Daniel Lira, 35 anos, é gerente de uma loja de moda masculina em um shopping localizado na região central de Brasília. As peças da linha outono-inverno já começaram a chegar ao estoque. Lira aposta no perfil consumidor da cidade. "Geralmente, nesse período, as pessoas querem comprar algo novo, não só ficar com o que já tem no guarda roupa", avalia.

Com novas peças nas araras prontinhas para chegarem aos consumidores, o jeito é ficar de olho na previsão do tempo. "Vi que o final de semana vai ter queda das temperaturas e o brasiliense sente muito frio por ser mais acostumado com o clima quente do cerrado", aponta. "Já recebemos para o estoque mais casacos, pulôveres e suéteres."

Loyane Carvalho, 29, também está animada com a previsão para os próximos dias e lembra de como o mesmo período no ano passado foi bom para os negócios. "Ano passado o frio chegou mais cedo. Neste ano, a gente se preparou para as vendas, mas o frio ainda não chegou de verdade. A gente espera que as vendas dos itens de inverno melhorem. Ainda está um pouco parado", analisa. Apesar disso, a expectativa é de que a venda no segmento aumente 50% até o final de julho, na loja de roupas que gerencia no mesmo centro comercial.

A loja gerenciada por Leila Alves, 35, passou a vender roupas femininas desde 2020. Antes, o estabelecimento vendia apenas itens de viagem. A decisão que é festejada pela gerente, já que as peças de inverno estão com boa saída desde abril. "Houve um aumento de 80% nas vendas desse tipo de peças em relação ao mesmo período do ano passado", revela Leila. Segundo ela, as vendas de abril dobraram em relação ao mesmo mês do ano passado. "Com o fim da pandemia, as pessoas estão saindo mais e estão mais dispostas a comprar", diz.

Vendas

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista), Sebastião Abritta, o aumento de vendas no setor de agasalhos tem a expectativa de crescimento nas vendas de 4%, em relação ao mesmo período do ano passado. As baixas temperaturas combinadas com as festas juninas, que geralmente ocorrem ao ar livre, são fatores que vão fazer os consumidores adquirirem novos produtos.

"Vale a pena o consumidor visitar as lojas, que estão recebendo novas linhas de produtos e estão com facilidade de pagamento, com a possibilidade de parcelar no cartão de crédito", afirma Abritta. "Também é indicado para os clientes a negociação e pesquisar a concorrência. Com a pechincha, é possível conseguir bons descontos", aconselha.

A missão da maquiadora Ana Cristiny em uma loja de departamento é diferente. Ela estava procurando roupas para um ensaio fotográfico de outra pessoa, mas acabou dando uma espiada nos preços das peças para ela mesma. "Estou achando os preços exorbitantes, mesmo em loja de departamento, que geralmente são mais em conta. A estratégia é: se não conseguir comprar, me viro com o que tem no guarda roupa", confessa.

O empresário Edson Queiroz, 57, aposta em uma boa pesquisa antes de decidir levar alguma peça de roupa. "Já estou à procura de roupas mais pesadas para enfrentar o frio, que vai aumentar daqui para frente e vejo que os preços estão mais salgados", observa. Ele buscava novas roupas em uma loja, no SIA.

Karine Lustosa, 29, já está procurando roupas mais quentes para os filhos pequenos de 1 e 7 anos. "Estou achando as roupas mais caras do que no ano passado", constata. Se Karine vai comprar peças novas para ela mesma, vai depender dos preços. Caso nenhum seja atrativo, vai ser com o que já tem. "Acredito que o que eu comprei ano passado vai dar conta."

Curta o frio

O fim de semana no Distrito Federal, deve ter estabilidade na variação de temperaturas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o sábado deve ter mínima de 10ºC, enquanto a máxima pode atingir 26ºC. No domingo, somente a máxima deve mudar, caindo para 25ºC. A umidade relativa do ar será a mesma nos dois dias: 85% e 30%.

 

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Ana Cristiny não achou os preços atraentes
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Daniel Lira aposta na previsão de mais frio para alavancar as vendas
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Loyane Carvalho já está com a loja preparada para as demandas de inverno
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Loyane Carvalho já está com a loja preparada para as demandas de inverno
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Loyane Carvalho já está com a loja preparada para as demandas de inverno
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Na loja gerenciada por Leila Alves, peças de frio têm boa saída desde o mês passado
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Na loja gerenciada por Leila Alves, nesta época do ano, peças de inverno têm muita saída