Parte importante da cidade, o Parque Ecológico de Águas Claras é o local ideal para os moradores da região que buscam fazer atividades ao ar livre. No entanto, a ciclovia não está completa em todos os pontos da unidade de conservação. Com isso, ciclistas e pedestres circulam no mesmo espaço, tendo que desviar uns dos outros para não se acidentarem. Ontem, o Correio foi até o parque para conversar com frequentadores e ouvir as queixas sobre a necessidade de ampliação de malha para circulação de bicicletas.
Morador de Águas Claras há quase 20 anos, Alan José da Silva, 43 anos, viu a cidade crescer ao longo do tempo e sempre buscou no parque um refúgio para sair do apartamento e aproveitar o dia ao ar livre. O músico costuma pedalar no período da manhã, entre 9h e 10h, durante a semana. Mas conta que aos sábados e domingos é complicado praticar o esporte por conta da lotação do local. "Para chegar na parte que tem a ciclovia, você passa por um monte de pedestres. Na faixa de bicicletas, tem gente que não respeita e caminha pela via", comenta Alan.
Ao entrar na unidade, o músico precisa pedalar uma distância considerável para chegar à ciclovia do parque. "Tem que andar com muito cuidado para não causar um acidente", pontua. Alan acrescenta que, além dos pedestres correndo ou caminhando, também tem os frequentadores que estão acompanhados de crianças e de animais de estimação, necessitando de atenção redobrada.
Frequentadora assídua do parque, a advogada Ana Martins, 32 anos, também avalia como sendo difícil andar de bicicleta no local. "São os pedestres, as crianças e os animais, então eu acho essencial ter uma ciclovia só para os ciclistas", destaca a moradora enquanto caminha. Ela pontua que, no fim de semana, a unidade está cheia e dificulta ainda mais a conciliação entre os frequentadores. "Eu evito vir de bicicleta, porque é bem difícil. Quando eu vou pedalar, prefiro me deslocar para o Parque da Cidade, pois acho mais seguro, lá tem a ciclovia completa."
Caminhando com a cadela Sky, da raça Husky Siberiano, a servidora pública Nilva Patrício, 47, costuma ir bastante ao parque, desde que se mudou para a região de Águas Claras, há cerca de 15 anos. Ela considera o local agradável e bem cuidado, de forma geral, mas pede melhorias. "Seria muito bom se completassem e fizessem ciclovia no parque todo. Mas, com bom senso, dá para administrar e conciliar com todos que vêm até aqui", destaca a moradora da região.
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O Parque
Criado em abril de 2000, o Parque de Águas Claras vai além do lazer. Ele protege o acervo genético da flora e da fauna nativas da região, as áreas de nascente e recargas de aquíferos. O local conta com uma estrutura com banheiros, trilhas para caminhadas e várias quadras de voleibol e futevôlei. A unidade se caracteriza por ser uma mancha verde no cenário de prédios altos e funciona diariamente das 6h às 22h.
Ao Correio, o presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Rôney Nemer, informou que o local precisa de um novo estudo de manejo, para verificar quais os impactos ambientais podem ser causados com a construção de novos trechos. "O que pedimos é que os usuários entrem em contato com o Ibram para que possamos marcar uma reunião e colher as demandas da população. Fizemos a ampliação das pistas no Parque da Cidade, em 1999, na nossa gestão, e podemos replicar aqui", garante.
Opção de lazer
Apesar da falta de conclusão da ciclovia, o Parque de Águas Claras é um excelente recanto de lazer para os moradores locais e até de outras regiões. Residentes na Vicente Pires, o consultor Lealdo Belotto, 47, e a estudante Sophia Belotto, 14, foram até o Parque de Águas Claras pedalar pela primeira vez. Pai e filha relatam que acharam a ciclovia boa e o percurso tranquilo. "Tem um pedaço interditado por conta da pista nova, mas está bem legal para pedalar", comenta o pai. Ele acrescenta que costumam andar pelas trilhas da Floresta Nacional de Brasília. "É uma experiência diferente. Pretendo voltar, é bom demais aqui", ressalta Lealdo.