Com a revogação da prisão do ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres, o ex-ministro de Bolsonaro entrou, de vez, na mira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
É esperado que um novo requerimento convocando o ex-secretário seja apresentado e aprovado pelos distritais, mas apenas quando a CPI entrar na reta final. "Queremos e vamos ouvir o Anderson, mas prevemos que isso vai ocorrer só no final da CPI. Agora, estamos acordados para ouvir os generais, e para o andamento da CPI. É importante que ele fique para o final", disse o presidente Chico Vigilante (PT). Durante os andamentos da comissão, os distritais tentaram convocar o ex-secretário, mas sem sucesso.
A decisão de libertar Anderson Torres foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. De acordo com o despacho, Torres deverá cumprir medidas cautelares, como fazer uso de tornozeleira eletrônica enquanto aguarda o desfecho do processo.
O despacho ocorreu na tarde desta quinta-feira (11). Na peça, o magistrado afirma que o pedido de soltura realizado pela defesa não foi atendido antes por conta das investigações em curso. O magistrado impõe a "proibição de ausentar-se do Distrito Federal e recolhimento domiciliar no período noturno e nos finais de semana, mediante uso de tornozeleira eletrônica, a ser instalada pela Polícia Federal em Brasília/DF".
Além disso, também ficam suspensos o passaporte e as autorizações de posse e porte de armas de fogo por parte do ex-ministro. Ele também fica afastado do cargo de delegado da Polícia Federal até que o caso seja julgado pela corte.
Para solicitar a soltura, a defesa de Torres alegou que ele sofre de problemas de saúde, como depressão e perda de peso significativa durante a prisão. O ex-secretário estava preso desde 14 de janeiro, detido no 4° Batalhão de Polícia Militar, do Guará.
Generais
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) decidiu transformar em convite as convocações dos generais Augusto Heleno e Gustavo Henrique Dutra de Menezes. A medida ocorreu após um pedido do Exército Brasileiro.
Para tentar sensibilizar os distritais, a equipe do Exército que compareceu à CLDF em 4 de maio pediu que os integrantes da CPI transformassem em convite as convocações dos dois generais. Em troca, o Exército garantiria a presença dos dois — mesmo que não sejam obrigados a comparecer. Nesta quinta-feira (11/4), os deputados aprovaram o requerimento.
No caso do general Dutra, que chefiava o Comando Militar do Planalto (CMP) durante os atos de 8 de janeiro, o depoimento está marcado para ocorrer em 18 de maio. Já o do general Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), será em 7 de junho.