Jornal Correio Braziliense
CB.Saúde

Não basta profissionais, precisa dar condições de trabalho, diz médico

Para Gutemberg Fialho, presidente do Sindicato Médicos (Sidimédicos), não adianta contratar mais profissionais ou construir mais hospitais, a Secretaria deve investir em melhorar as condições de trabalho na rede pública

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática, o Distrito Federal é a unidade do país com mais médicos por moradores. São 338 a cada 100 mil habitantes. A população, porém, sofre diariamente com a falta desses profissionais nos hospitais. Para o presidente do Sindicato de Médicos (Sindimédicos), Gutemberg Fialho, as condições precárias afastam os médicos.

“Temos a maior proporção de médicos, entretanto não temos médicos na rede pública. Não quer dizer que não tem médicos, mas eles não estão na Secretaria de Saúde. Não existem condições que atraiam o profissional", explicou o médico ao CB.Saúde — parceria entre Correio e TV Brasília — desta quinta-feira (11/5).

Hoje, Brasília dispõe de 10 mil médicos, mas apenas 6 mil prestam serviços em postos, UPAs e hospitais. Falta de aparelhos, pressão, insegurança e baixos salários são os motivos para não trabalhar na rede pública, afirma Fialho.

“A Secretaria de Saúde tem falado que concursos são abertos, mas os profissionais aprovados não assumem. Se Brasília tem médico suficiente e as estruturas são ruins, então não se deve fazer concurso. Não basta contratar profissionais, tem que dar condições para ele trabalhar”, indicou.

Na bancada com a jornalista Adriana Bernardes, o sindicalista afirmou que o fundo do DF destinado à saúde é de R$ 10 bilhões, dois terços de todo o orçamento da cidade de Belo Horizonte. Porém, é mal administrado.

“Quando se trata de saúde, se trata de vida. Por isso tem que ter prioridade. O orçamento é fantástico, mas precisamos de assertividade e comprometimento. Sem desperdícios como o Iges-DF tem feito”, pontuou.

*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel