Jornal Correio Braziliense

CLDF

Empresário afirma que não financiou tendas, mas admite que fez doações por Pix

Questionado se passou transferências para contribuir com a manutenção de tendas, o empresário disse que de forma indiretamente. Ao todo, foram três transferências pelo Pix

O empresário e dono de uma rede atacadista Adauto Lúcio de Mesquita contou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) que contribuiu, de forma indireta, para a manutenção do acampamento do QG do Exército.

O empresário diz que fez três doações por meio do Pix, que somados dão um valor de pouco mais de R$ 1 mil. "Um deles (das doações), eu me lembro o que foi. Eu estava andando no QG e tinha uma tenda com uma cozinha. Tinha uma senhorinha que estava trabalhando de forma voluntária, dizendo que estava trabalhando pelo Brasil. Na tenda, tinha um Pix. A mulher, então, quase chorando, dizendo que o aluguel ia vencer e que amanhã ia tirar. Fui lá e botei R$ 110 reais", contou.

Questionado se era um dos coordenadores da arrecadação, Adauto pontuou que o inquérito está em andamento e que será provado que ele não é responsável. "Nunca levei alimentação (...) Se eu imaginasse que chegaria a esse ponto de exposição e a esse sofrimento, eu não teria participado. Me arrependo sim", completou.

CPI da CLDF

Empresário e dono de uma rede atacadista, Adauto Lúcio de Mesquita é suspeito de ter financiado atos antidemocráticos no Distrito Federal. Ele está sendo ouvido nesta quinta-feira (4/5) na CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF.

Natural de Unaí, Adauto é apontado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ao lado do sócio Joveci Andrade, como um dos financiadores das manifestações. Segundo a corporação, outdoors estampados nas rodovias de Brasília, em dezembro, que apoiaram a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), eram de autoria da dupla. Mas, para despistar, os cartazes faziam alusão aos jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Catar.

Além disso, ambos teriam financiado o acampamento de bolsonaristas no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU). Vale lembrar que a desmobilização do acampamento só ocorreu em 9 de janeiro, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após os atos golpistas.