Após ser alvo de uma operação da Polícia Civil (PCDF) que investiga a prática de “rachadinha” na Secretaria Executiva de Cidades do Governo do Distrito Federal (GDF), o assessor especial Celso Francisco de Assis foi exonerado do cargo ainda nesta quarta-feira (3/5). A informação foi confirmada pelo governo.
Celso é acusado de indicar ao menos sete pessoas próximas a ele, como familiares e amigos, para trabalhar no governo. Em troca, o assessor exigia parte dos salários dos indicados. O Correio apurou que os outros seis alvos são: Patrícia Daniele Santos Alencar de Assis, Taynan Alencar de Assis, M dos Santos, Robson Rodrigo, Stephany de Jesus Lopes, Fábio Diego Rodrigues Ferreira. Nesta manhã, a polícia também cumpriu mandado de busca na empresa de Celso.
Mais de R$ 30 mil foram encontrados nos endereços dos investigados. Segundo a PCDF, as buscas têm como objetivo a consolidação e robustecimento dos elementos probatórios já coligidos para conclusão do inquérito em andamento, visando sedimentar a efetiva participação de cada integrante do grupo criminoso, a eventual identificação de outros envolvidos, além da apreensão de bens e valores para ressarcimento dos cofres públicos.
Em nota enviada ao Correio, o GDF informou que o ato de exoneração do servidor foi assinado nesta quarta-feira, para publicação no Diário Oficial do DF (DODF) e que a Controladoria-Geral do DF foi comunicada para conhecimento e providências cabíveis. “A pasta informa que o referido servidor foi nomeado para o cargo de assessor CNE 7, no âmbito da Subsecretaria de Desenvolvimento Regional e Operações nas Cidades, em 19 de outubro de 2022, tendo tomado posse no dia 24 de outubro”, acrescentou.
Esquema
As investigações começaram no final de 2022, quando a polícia recebeu a denúncia de que o servidor usava do meio de influência para indicar pessoas próximas a cargos públicos .
Celso, que já atuou como assessor especial e trabalhou em campanhas de alguns políticos, indicou ao menos oito pessoas para ocuparem cargos comissionados. Entre os indicados, estão o filho e a empregada doméstica, segundo revelaram as investigações. As provas colhidas pela polícia indicaram que os “novos contratados” sequer compareciam ao serviço, ou seja, eram “funcionários fantasmas”.
Em algumas das vezes, os indicados até iam para o trabalho, mas recebiam instruções do servidor para que não cumprissem integralmente as jornadas. Alguns, inclusive, chegavam a ir ao órgão apenas uma vez por mês para assinar a folha de ponto. Atitude essa reproduzida até pelo investigado.
O dinheiro recebido pelo servidor como parte do esquema era depositado em uma empresa em nome de terceiros, mas que pertencia ao suspeito. A intenção era ocultar a origem ilícita dos repasses de parte das remunerações.