Jornal Correio Braziliense

Arte

Grupo formado por pessoas com deficiência exibe espetáculos no DF

O grupo artístico Pés celebra 12 anos de existência apresentando espetáculo inédito e obras de repertório em circulação na cidade. Exibições serão no Centro de Juventude de Ceilândia, na Universidade de Brasília e no Sesc de Taguatinga

Nos dias 6 e 9 deste mês, o Centro de Juventude de Ceilândia e o Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília, respectivamente, recebem duas sessões do espetáculo Ludo, de repertório da companhia Pés, dirigido por Rafael Tursi. As programações, que iniciaram em 28 de abril, se encerram em 16 de maio, com apresentação dupla do espetáculo Similitudo, no Sesc de Taguatinga, todas com classificação indicativa livre e gratuitas.

As apresentações celebram os 12 anos de fundação do grupo, com patrocínio do Fundo de Apoio a Cultura do Distrito Federal (FAC-DF). Após dois anos afastados devido a pandemia da covid-19, o grupo retomou as atividades presenciais em 2022, com retorno aos palcos em setembro do mesmo ano, e levou quase dois mil espectadores para espetáculo durante o último semestre. Para este ano, dentre as diversas atividades, o Pés preparou o espetáculo Similitudo e o espetáculo experimental Ludo, que envolve música ao vivo durante a apresentação.

A assistente de coordenação geral do Grupo Pés, Thaís Cordeiro, 32, afirma que estar em grande e diversificada temporada é uma atividade inédita do grupo. Ela conta que, na última apresentação, realizada em 28 de abril, no Gama, o espetáculo sensibilizou aproximadamente 230 pessoas, entre estudantes da rede pública de ensino do DF e comunidade em geral. “Promover arte acessível, protagonismo e geração de força de trabalho da pessoa com deficiência, se mostra uma potente ferramenta de transformação social, cultural, artística e educacional.” finaliza.


Ludo e Similitudo 

Ludo é um trabalho experimental de encontro e improviso do Projeto Pés, de teatro-dança para pessoas com deficiência. Neste experimento lúdico, a participação de artistas da música experimental dá continuidade à obra, que teve estreia em 2016. Em cena, eles cruzam parte dos seus processos de criação e ensaio, e, antes disso, os grupos pouco se viram ou se ouviram. O espetáculo está de volta após quase 6 anos desde a última apresentação.

O Similitudo teve estreia em 2015 e última apresentação em novembro de 2018. O espetáculo aborda questões do convívio social no dia-a-dia e de como esse cotidiano, muitas vezes, poda e molda padrões de movimento, de relacionamento e até de sensibilidade. A proposta do Pés com este espetáculo é trazer, de forma poética, o cotidiano para a cena, abordando questões de um convívio social, cansativo e repetitivo, e que molda padrões de movimento, relacionamento e sensibilidade.

 

Danilo Borges - A palavra que dá nome ao espetáculo remete à característica ou estado do que é similar, uma busca pela repetição fidedigna entre algo e sua cópia.
Danilo Borges - O espetáculo 'Similitudo' reúne 19 dançantes, entre pessoas sem e com deficiências físicas, intelectuais e síndromes diversas.
Jemima Tavares - Ludo é uma obra conceitual que nasce de olhares curiosos, interpelações em diálogo e provocações jornalísticas sobre o tema da produção da arte com pessoas com deficiência.
Jemima Tavares - O grupo entra em cena jogando entre si, com os músicos e com a plateia.

Programação

6/5 (sábado) - Espetáculo LUDO - Experimento de Encontro e Improviso
Horário: 10h
Local: Centro de Juventude de Ceilândia - Ceilândia

9/5 (terça-feira) - Espetáculo LUDO - Experimento de Encontro e Improviso
Horário: 19h30
Local: Departamento de Artes Cênicas da UnB, sala BSS-51 - Asa Norte

16/5 (terça-feira) - Espetáculo SIMILITUDO
Horário: 15h e 20h
Local: Teatro SESC Paulo Autran - Taguatinga

 

*Estagiária sob a supervisão de Patrick Selvatti