CPI do DF

Deputado quer convocar major preso duas vezes pela PF a depor na CPI do DF

Requerimento deve ser alvo de votação nesta quinta, antes do depoimento do ex-chefe do GSI, general Augusto Heleno. O major da PMDF está preso após a PF encontrar mensagens incentivando a invasão do Congresso

Pablo Giovanni
postado em 31/05/2023 15:21
 (crédito:  STF/Divulgação)
(crédito: STF/Divulgação)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa votará, na manhã desta quinta-feira (1°6), a convocação do major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Flávio Silvestre de Alencar, preso duas vezes pela Polícia Federal nos desdobramentos da Operação Lesa Pátria

O oficial era responsável pela tropa do Batalhão de Choque da corporação nos atos de 8 de janeiro, e determinou a saída de policiais militares na via de acesso à Praça dos Três Poderes — que facilitou a invasão no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). O requerimento foi apresentado pelo deputado Fábio Felix (PSol).

Alencar foi o único preso da operação na terça-feira (23/5). O Correio apurou que a Polícia Federal encontrou troca de mensagens do oficial em um grupo em dezembro do ano passado, onde Alencar afirma que, "na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso". As mensagens foram encontradas no telefone do tenente Pereira Martins — alvo da 5ª fase da Lesa Pátria. A informação foi repassada inicialmente pelo portal G1 e confirmada pela reportagem.

Com esses elementos, o parlamentar propôs a convocação, que será votada amanhã antes da oitiva do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro.

Recuo

À época, após ser preso com outros três policiais militares na 5ª fase da Lesa Pátria — entre eles o ex-comandante do DOP Jorge Eduardo Naime, ainda preso —, o oficial explicou, em depoimento à PF em fevereiro, que determinou o recuo da tropa de choque para socorrer o então comandante-geral da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira.

Com a revelação de novos elementos, a corporação entendeu ser necessário a prisão do oficial para não comprometer o avanço das investigações. A PF também cumpriu outros quatro mandados de busca e apreensão em endereços do Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

De acordo com o oficial, ele recebeu chamados de um ajudante de ordens do então comandante-geral, que estava sendo cercado dentro do Congresso Nacional. Alencar, então, em uma viatura, foi no bloqueio dos policiais e explicou para o tenente Rafael Pereira Martins a situação e pediu a retirada de 16 policiais para a operação de salvamento do coronel Fábio — que acabou sendo agredido com um cone na cabeça.

No entanto, todas as viaturas e ônibus deixaram o bloqueio. O oficial também afirmou que o efetivo do choque era insuficiente, mas que ele não é o responsável por determinar o número de policiais para operações do tipo. Além disso, havia pouco armamento químico para combater a ofensiva dos invasores.

Conforme divulgado pelas imagens do circuito interno do STF, policiais recuaram e manifestantes avançaram o isolamento e iniciaram a entrada dentro dos prédios do Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação