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Evento sobre segurança no trânsito debate os desafios da mobilidade para todos

Sétima edição da Semana Global de Segurança no Trânsito chegou ao fim com uma mesa redonda que discutiu assuntos relacionados ao direito de ir e vir da população

Laezia Bezerra
postado em 23/05/2023 22:21
 (crédito:  Luan H Bastos/CLDF)
(crédito: Luan H Bastos/CLDF)

A sétima Semana Global de Segurança no Trânsito da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi encerrada nesta terça-feira (23/5), na Reitoria da Universidade de Brasília (UnB) com uma mesa redonda. O tema da edição deste ano foi Repensar a mobilidade para a segurança no trânsito.

Durante o evento foi destacado a necessidade do governo e a sociedade repensarem a maneira como os sistemas de transportes são planejados para garantir uma mobilidade sustentável. Além disso, o debate foi um momento importante para falar sobre os índices de segurança, o número de ocorrências e acidentes com gravidade e fatais que vêm preocupando a ONU. Por isso, a instituição está repensando um modelo de mobilidade que atinja todos os grupos populacionais.

De acordo com o especialista em segurança viária Victor Pavarino o debate serve de reflexão para que toda a sociedade aposte em uma mobilidade sustentável fortalecendo toda a população e não apenas os grupos prioritários. "Esse é o momento de toda sociedade passar pelo fator de agregação e convívio. Precisamos pensar em uma forma sustentável e integrada que atenda a todos", ressaltou.

Necessidade de participação popular

O deputado distrital Max Maciel (PSol), presidente da Comissão de Transporte da Câmara Legislativa do DF, destacou que o planejamento viário de mobilidade do DF não inclui a participação popular, sendo que o pedestre enfrenta os desafios diários do trânsito. O deputado ainda defendeu que os cidadãos precisam se colocar como agentes transformadores para mudar o atual cenário que atende apenas um grupo social. "Nós vivemos um recorte social de desigualdade, é preciso diminuir os privilégios de grupos e pensar no todo. Os moradores do DF precisam de uma mobilidade de qualidade", afirmou.

Para o deputado, não adianta o governo investir milhões em obras se não pensar em um meio de transporte coletivo que ofereça conforto, qualidade de vida e saúde para a população. Ele disse que, como presidente da Comissão de Transporte da CLDF, vai pesquisar toda a legislação sobre trânsito. "Vou verificar tudo que pode ser feito e atualizado, vamos fiscalizar e propor ao órgãos do governo que ao tomar as medidas, envolvam toda sociedade", disse Max Maciel.

Também presente na mesa redonda, a jornalista do Correio Braziliense Adriana Bernardes frisou a importância do comprometimento da imprensa com a cobertura relacionada à mobilidade segura e a necessidade de qualificação dos profissionais para a cobertura. "Este é um tema complexo, que envolve diferentes setores da sociedade, assim como as consequências do modelo atual são diversas".
A jornalista lembrou ainda como o papel da imprensa, em especial do Correio Braziliense, na campanha Paz no Trânsito, até hoje referência na capital por meio do respeito à faixa de pedestres.

A chave para evitar mortes e acidentes no trânsito passa por projetar as ruas com foco na vida humana, de acordo com Michelle Andrade, coordenadora do programa de pós-graduação em transportes da UnB. "É preciso ampliar essa discussão e um dos principiais caminhos é a iniciativa dos meios de comunicação para que esse cenário seja visto de outra maneira", avaliou. A acadêmica ainda frisou: "É necessário pensar em todos os fatores no aspecto do deslocamento, porque é isso que adoece e mata as pessoas".

Marcos Daniel dos Santos, diretor do Departamento de Regulação da Mobilidade e Trânsito Urbano do Ministério das Cidades, enfatizou que esse é o momento de ampliar discussões sobre os desafios da mobilidade urbana viária na formação desde a arquitetura, trazendo o tema para a sociedade.

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