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Pega o casaco, o frio chegou! Temperatura fica baixa nas primeiras horas do dia

Com a proximidade do inverno, as temperaturas mínimas estão caindo no Distrito Federal. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros devem registrar mínima entre 12°C e 13°C e umidade relativa do ar tende a cair com a falta de chuvas na região central do país

Júlia Eleutério
Naum Giló
postado em 24/05/2023 06:00
O motorista Ni Rodrigues da Silva, acha que o humor das pessoas fica melhor  -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
O motorista Ni Rodrigues da Silva, acha que o humor das pessoas fica melhor - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Os brasilienses sentem a chegada do frio no Distrito Federal. Para quem acorda cedo, as temperaturas baixas dificultam para sair da cama e encarar as tarefas do dia. Mas também há quem acredite que o tempo gélido ajuda a melhorar o humor matinal. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a mínima hoje fica entre 12°C e 13°C nas primeiras horas do dia. Além do frio, a secura também fica em evidência nesta época do ano. A umidade relativa do ar tende a cair dia após dia com a falta de chuvas na região central do país.

Meteorologista do Inmet, Olívio Bahia destaca que o período de seca e de quedas de temperatura começa a partir do mês de maio. "É quando começamos a perceber a pouca nebulosidade, menos chuvas e frio", comenta. O especialista explica que a época é marcada pela massa seca e perda radiativa durante a noite, com queda dos termômetros, principalmente, entre 5h e 7h da manhã, quando os brasilienses costumam sair de casa para trabalhar. A menor temperatura registrada no DF neste ano foi de 9,6°C no último sábado, na região do Gama.

  • Neblina cobre Memorial JK ao amanhecer na capital Ed Alves/CB/DA.Press
  • O motorista Ni Rodrigues da Silva, acha que o humor das pessoas fica melhor Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • 23/05/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Frio em Brasília, pessoas que trabalham cedo e tem que enfrentar o fio. Adão Francisco Martins, ambulante vende café da manhã. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • 23/05/2023 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Frio em Brasília, pessoas que trabalham cedo e tem que enfrentar o fio. Elinete Sousa, frentista de posto de combustíveis. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

O inverno tem início no dia 21 de junho. No entanto, as características da estação já são sentidas com a secura, o frio e a amplitude térmica. "Cada semana só vai se agravando com as quedas da temperatura. Mais para frente, próximo ao mês de julho, as mínimas devem cair para 8° e 9°C", comenta o meteorologista. Sem previsão de chuvas, Olívio ressalta que o tempo seco vai ficando cada vez mais marcante com pele, garganta, lábios e narinas ressecadas. Para hoje, a temperatura máxima vai variar entre 25°C e 27°C. Enquanto a umidade relativa do ar vai ficar entre 30% e 90%.

Motorista de ônibus há mais de 30 anos, Ni Rodrigues da Silva, 59 anos, roda pela capital federal diariamente, passando por calor, chuva e frio no decorrer do ano. Acordando às 3h20 da manhã, o trabalhador considera essa época bem ruim para sair de casa, mas depois que entra no ônibus ameniza o frio. Para ele, os passageiros ficam mais tranquilos, se acomodam melhor, conversam mais e dormem bastante dentro do carro. "Na época do calor, todo mundo fica estressado, qualquer coisa já irrita. Acho que melhora o humor do pessoal, por mais que seja difícil acordar e encarar o tempo frio", comenta o morador de Taguatinga Sul.

Frentista em um posto no Setor de Indústrias Gráficas, Elinete Sousa, 45, acorda todos os dias às 3h50 da manhã para pegar o transporte público de Planaltina para a Rodoviária do Plano Piloto e, em seguida, ir para o local de trabalho. "Nessa época do ano é difícil sair da cama e ter disposição para trabalhar. Quando o frio aperta mais, venho com dois casacos, duas calças e meias", conta. Empregada no posto há um ano, a frentista destaca que manter a saúde em dia é mais uma das dificuldades desse período do ano. "A gente passa o tempo todo gripado e com coriza", ressalta.

Amplitude térmica

Além da secura, outra característica marcante do inverno brasiliense é a amplitude térmica ao longo do dia. De acordo com Olívio, o frio é causado pela perda radiativa. "Durante o dia, o sol aquece a superfície e esquenta o ar, deixando o dia mais ameno. À noite, em função da pouca nebulosidade, essa radiação se perde para o espaço e, nesse processo de saída de calor, esfria o ar, fazendo com que o frio se destaque", explica. O meteorologista acrescenta que a temperatura máxima também tende a cair com a chegada do inverno.

Vendendo café da manhã para os motoristas e cobradores no centro da capital há nove anos, Adão Francisco Martins, 69, conta que quando chega para trabalhar pela manhã está muito frio. "O tempo aqui é volátil. Café quente na hora do frio cai bem. Depois, o sol vai esquentando e fica mais ameno", destaca. O morador do Guará I pega o carro todos os dias cedo para ir até a área próxima ao Estádio Mané Garrincha para fazer uma caminhada e trabalhar. "O frio piora quando está ventando. Em anos anteriores, já cheguei a usar três calças para aguentar", recorda o idoso, ressaltando que o inverno ainda está chegando.

Frio histórico

Foto de gelo  na Esplanada dos Ministérios,  em 1961
Foto de gelo na Esplanada dos Ministérios, em 1961 (foto: Arquivo CB/D.A Press)

Uma forte massa de ar frio vinda da Região Sul trouxe uma temperatura fora do comum para os brasilienses, em maio do ano passado. O fenômeno fez o Distrito Federal ter o dia mais frio da série histórica, iniciada em 1961, registrando 1,4ºC na estação meteorológica do Gama. Até então, somente em 18 de julho de 1975, os termômetros marcaram 1,6°C.

Em um mesmo dia, 19 de maio de 2022, a estação de Águas Emendadas, em Planaltina, registrou 3,8°C; o Paranoá, 4,1°C; e o Sudoeste 4,9°C. A sensação térmica, que é a forma como percebemos as temperaturas, foi negativa em diversos pontos da capital. A friaca fez com que ocorresse geada em alguns pontos do DF, como no gramado entre o Noroeste e a Epia, que amanheceu com a grama congelada.

Falando em gelo, os registros feitos por um fotógrafo anônimo mostram o gramado da Esplanada dos Ministérios cobertas de gelo, em 1961, antes de começarem as medições oficiais das temperaturas da capital (as medições começaram em 21 de agosto daquele ano). Por isso, não se sabe a exata temperatura registrada naquela época.

Recordes no DF

19 de maio de 2022: 1,4°C
18 de julho de 1975: 1,6°C
18 de maio de 1977: 3,2°C
10 de junho de 1985: 3,3°C
9 de junho de 1985: 3,4°C

Fonte: Inmet

Orientações:

Tenha especial atenção com crianças, idosos e pessoas doentes.
Mantenha-se agasalhado. Proteja também as extremidades do corpo, use toucas e luvas.
Beba bastante líquido.
Evite manter os ambientes muito fechados. Mantenha sua casa e local de trabalho limpos e arejados. Previna-se contra doenças respiratórias.
Procure agasalhar seu animal de estimação. Considere o uso de roupas de proteção. Abrigue-o em relação ao vento. Forre adequadamente o local de dormir.
Seja solidário. Doe agasalhos e cobertores para quem precisa. Carregue, se possível, esse material no carro. Encontrando alguém em situação de vulnerabilidade, faça a sua parte.
Se precisar permanecer ao ar livre, proteja-se do vento.

Fonte: Defesa Civil

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Recordes de frio ao longo da história do DF:

 (crédito: Arquivo CB/D.A Press)
crédito: Arquivo CB/D.A Press

19 de maio de 2022: 1,4°C
18 de julho de 1975: 1,6°C
18 de maio de 1977: 3,2°C
10 de junho de 1985: 3,3°C
9 de junho de 1985: 3,4°C

Fonte: Inmet

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