O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante do Comando Militar do Planalto (CMP), afirmou que o ex-major do Exército Ailton Barros — preso na Operação Venire, da Polícia Federal — é uma pessoa considerada indigna para a profissão de militar do Exército. Ailton se considerava o “01” de Bolsonaro e tramou para uma tentativa de golpe junto a Mauro Cid.
“Não vou emitir juízo de valor com relação ao seu caráter (Ailton Barros). Mas vou resumir: ele foi expulso do Exército por ser considerado indigno para a profissão militar. É uma profissão que pauta a sua conduta no código de lealdade, verdade, responsabilidade, probidade. Este homem não se mostrou à altura desses princípios e foi expulso”, disse Dutra.
Barros foi expulso do Exército, onde era major. Segundo o Portal da Transparência, a mulher do ex-militar recebia uma pensão bruta de R$ 22 mil porque Barros era considerado como “morto” pela força militar. Com isso, a “viúva” recebia os valores desde setembro de 2022.
O ex-major é homem de confiança de Bolsonaro. O ex-presidente também foi alvo da investigação da Polícia Federal (PF) sobre a adulteração dos dados da vacinação de covid-19. A corporação ainda deve convocar Barros para depor sobre o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.
Mensagens interceptadas
O ex-militar afirmou, em mensagens interceptadas pelos investigadores, saber quem foi o mandante do assassinato da parlamentar carioca. Nas escutas, Barros conversa com o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro e também preso pela PF. "Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão. Sei quem mandou [matar]", garantiu.
Em outra troca de mensagens com Cid, o "irmão 02" de Bolsonaro fala sobre organizar um golpe de Estado, que teria como desdobramento a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A estratégia envolvia um pronunciamento do então comandante do Exército, Freire Gomes, ou do ex-presidente da República.
O objetivo era, segundo Barros, que, em 19 de dezembro, fossem lidas as portarias, decretos de garantia da Lei e da Ordem e "botar [sic] as Forças Armadas, cujo comandante supremo é o presidente da República, para agir".
Saiba Mais
- Política Lira diz que operação com 18 mortos no Tocantins foi "limpeza urbana"
- Política Mauro Cid fica apenas 30 minutos na PF e permanece calado
- Cidades DF "Desserviço para quem precisa", diz endocrinologista sobre diretriz da OMS
- Cidades DF Apesar de pioneiro, DF está abaixo da meta de vacinação contra o HPV
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.