Em greve há 15 dias, os professores e orientadores educacionais da rede pública de ensino do Distrito Federal se reuniram ontem em assembleia para discutir as propostas apresentadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Entre elas está a incorporação da Gratificação de Atividade Pedagógica (Gaped) e da Gratificação de Atividade de Suporte Educacional (Gase). Além disso, o governo apresentou propostas para professores que trabalham em regime de contrato temporário. A categoria, no entanto, considerou a pauta do governo insuficiente e decidiu seguir com a greve. Uma nova reunião com o secretariado do governador Ibaneis Rocha (MDB) está marcada para a próxima quarta-feira e, na quinta-feira, ocorrerá uma nova assembleia.
- GDF decide que não fará nova proposta aos professores para o fim da greve
- Negociações avançam, mas professores do DF seguem em greve
- Professores do DF decidem dar continuidade à greve da categoria
Oito propostas foram apresentadas pelo GDF aos representantes do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF): aproximação do salário dos professores de nível médio ao salário dos professores de nível superior; estender aos aposentados sem paridade a incorporação de R$ 200; convocação dos aprovados no último concurso público neste ano; atestado de acompanhante para professores em regime de contrato temporário; apresentação de projeto de lei para assegurar a participação remunerada dos professores em contrato temporário na semana pedagógica; ampliação da carga horária àqueles que solicitaram; apresentação de projeto de lei para validar, a fim de progressão de carreira, do tempo de exercício como temporário quando o profissional se tornar efetivo; incorporação da Gratificação de Atividade Pedagógica (Gaped) e da Gratificação de Atividade de Suporte Educacional (Gase) a partir de 2024 em seis parcelas até 2026.
Sem acordo, o GDF informou, em nota, que não será apresentada nova proposta ao Sinpro que gere mais impacto financeiro. O governo reforçou que todas as aulas perdidas serão repostas em calendário divulgado após o retorno dos professores que aderiram à paralisação.
Em relação ao corte de ponto dos grevistas, o governo informa que a decisão será judicial. De acordo com o governo, das 831 escolas da rede pública de ensino do DF, 89 estão 100% paralisadas, ou seja, 9,33% do total de escolas pararam as atividades.
Em greve desde 4 de maio, os professores alegam que o reajuste de 18% concedido pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) é insuficiente. O aumento concedido deverá ser pago em parcelas anuais de 6%, sendo a primeira em junho deste ano. A categoria reclama que, mesmo com o reajuste, o salário dos professores do DF ainda permaneceria abaixo do piso nacional.
"Foram duas reuniões com o GDF desde o início da greve. Não se resolve uma greve em duas reuniões. O que vai resolver é a pressão da categoria, é a mobilização", afirmou Izabela Cintra, professora aposentada e membro da comissão de negociação do Sinpro-DF. "Tivemos avanços sim, inclusive nos contratos temporários, mas ainda dá para melhorar. Na próxima segunda-feira vamos discutir as propostas em assembleias regionais", completou Samuel Fernandes, diretor do Sinpro-DF.
A professora Rosa Nascimento, que leciona no Centro de Ensino Especial 1, da Asa Sul, em regime de contrato temporário, explicou ao Correio os motivos de ser a favor da continuidade da greve. "Precisamos fortalecer a luta. Essa proposta do governo não atende às nossas necessidades. Nós, como contrato temporário, carregamos a categoria e precisamos nos unir", disse.
A Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) ingressou com uma ação contra a greve, a pedido do governador Ibaneis Rocha (MDB). O pedido foi acatado pela Justiça, que determinou o retorno imediato dos professores às salas de aulas, sob pena de pagamento de uma multa diária de R$ 300 mil. A categoria, no entanto, seguiu com a greve.
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