O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), desmentiu outros depoimentos na CPI dos Atos Antidemocráticos e ressaltou que a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), junto às forças de segurança do DF, nunca tentaram desmobilizar o acampamento de bolsonaristas no Quartel-General do Exército.
Dutra esclareceu que o CMP não participou da elaboração do Protocolo de Ações Integradas (PAI), nas vésperas dos atos de 8 de janeiro. O militar explicou que, além desse, outros protocolos não fizeram menção à retirada de acampamentos, e sim a ilegalidades no local, como comércio irregular e “gatos” de energia. Mesmo que houvesse o desejo do governo do DF de remover o acampamento, Dutra explicou que no PAI isso não é citado. Um dos episódios ocorreu em 29 de dezembro e acabou com a saída de agentes da DF Legal.
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“Todas as vezes que eles foram (DF Legal e PMDF) no Setor Militar Urbano, o PAI foi executado por demanda do CMP, inclusive para o dia 29 de dezembro. O PAI que me foi encaminhado pelo secretário de Segurança Pública (Júlio Danilo) no dia 28 fala o tempo todo em ‘desmonte do ilícito’. Em nenhum momento fala sobre desobstrução do acampamento”, disse o general.
Questionado pelo deputado Fábio Felix (PSol) sobre os depoimentos de coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) à CPI que apontam que as forças de segurança foram empregadas para desmobilizar o acampamento, e não para combater ilícitos, Dutra interrompeu. “Era o que estava combinado (combater ilícitos). Estava no PAI, assinado pela SSP (...), todos os protocolos foram construídos por convites nossos. Nós convidamos para operações de desmonte do ilegal”, disse.
CPI ouve general
O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que chefiava o Comando Militar do Planalto (CMP) nos atos de 8 janeiro, será ouvido nesta quinta-feira (18/5) na CPI dos Atos Antidemocráticos, da CLDF.
Exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em abril, o militar teria supostamente protegido golpistas que invadiram os prédios dos Três Poderes e nas várias investidas do governo local de tentar desmobilizar o acampamento bolsonarista no Quartel-General do Exército. A área do Quartel-General do Exército é de gestão do CMP.
O general chegou à CPI por volta das 9h30. Um acordo entre os distritais e o Exército assegura a presença de generais na Casa, mesmo que não sejam obrigados a comparecer — a convocação foi transformada em convite.
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