No CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília —, desta quarta-feira (17/5), o entrevistado é Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em entrevista à jornalista Ana Maria Campos, o professor e ex-deputado distrital fala sobre a importância da preservação do patrimônio cultural do país e expõe projeto de educação patrimonial no DF.
O presidente diz que, durante o governo Bolsonaro, a educação patrimonial foi praticamente paralisada. “O que aconteceu com o Iphan foi o que aconteceu com a cultura de forma geral, porque a cultura é esse elemento que une as pessoas, que cria esse sentimento de pertencimento”, explica. “Um governo de extrema direita, um governo que não é democrático não se interessa por isso”, completa o professor.
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Leandro destaca os projetos do Iphan que, embora seja conhecido pelo seu trabalho de fiscalização, tem uma agenda positiva para o Brasil. “Essa pauta do patrimônio interage com turismo, com o meio ambiente, com geração de emprego e renda, com educação, e obviamente na cultura, então é um grande elemento de produção cultural.”
No DF, o presidente menciona um projeto de educação patrimonial, realizado pela Superintendência do DF, em que alunos do ensino fundamental e médio se conectam com o tema do patrimônio, dentro das suas necessidades locais.
Para o presidente, a falta de compreensão sobre o que é o patrimônio cultural por parte da população gera desinteresse em relação à importância de preservá-lo. “O patrimônio nasce da história das pessoas, das comunidades, dos lugares”, explica. “Esse patrimônio é valioso, porque diz respeito a quem somos. Quando há destruição do patrimônio, não é um ataque ao cimento que está ali. É um ataque à própria população, ao próprio povo”, diz o ex-deputado distrital.
Em relação às dificuldades de conciliar proteção ao patrimônio e desenvolvimento local, Leandro Grass afirma ser um antagonismo que deve ser superado. “O patrimônio é um instrumento do desenvolvimento. Não pode ser visto como um entrave”, elabora. Porém, diz que o patrimônio deve acompanhar as necessidades da população, de modo que sempre haverá mudanças e adaptações. “São as modificações da sociedade que também nos impulsionam para uma nova forma de fazer política", afirma.
Sobre a atuação do governo Ibaneis Rocha (MDB), até o momento, o presidente diz não ter percebido mudanças significativas e que espera que parte dos problemas da população sejam resolvidos. “Não dá para Brasília ter esse sistema de mobilidade horroroso. Não dá pra Brasília continuar tendo um sistema de saúde que falha e não atende as pessoas”, conta. “Tudo isso já havia sido apontado lá atrás. Eu espero que os problemas se resolvam”, conclui o presidente do Iphan.
*Estagiária sob a supervisão de Suzano Almeida
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