O dono de um açougue em Samambaia foi preso, nessa terça-feira (9/5), acusado de revender alimentos que seriam destinados à merenda do Centro de Ensino Fundamental nº 103, localizada em Santa Maria, no Distrito Federal.
No estabelecimento comercial foram encontrados 13 pacotes de proteínas que seriam usados para fazer a merenda dos estudantes, sendo sete pacotes de filé de tilápia e seis de coxa e sobrecoxa de frango.
Segundo a 33ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, as embalagens tinham inscrições de venda proibida e dependendo do tamanho do enunciado nos produtos, eram cortadas, ou seja, haviam carnes sendo vendidas com a embalagem aberta. A PCDF orienta que caso a população saiba de mais estabelecimentos com esse tipo de comércio podem ser feitas denúncias do caso. O açougueiro foi autuado por receptação qualificada.
Ao Correio uma servidora da escola em Santa Maria, que preferiu não ser identificada, contou que as merendeiras eram extremamente rudes com os alunos e limitavam a quantidade de alimentos, não os deixando repetir a merenda. "No inicio do ano, as crianças lanchavam na sala de aula e uma vez eu pedi para um dos meninos buscarem mais lanche, pois a quantidade que elas mandaram não tinha sido o suficiente para todos. Elas mandaram mais um pouquinho de comida e pediram para o aluno me dar o recado que era pra eu colocar menos lanche porque a quantidade que ela mandou dava pra todos e que a cantina da escola não era restaurante self-service pra eu ficar colocando comida a vontade pros alunos", relatou.
Ainda segundo a funcionária da secretária de Educação, em cinco anos como docente em escolas públicas do DF, ela nunca havia se deparado com a recusa de alimentos para os alunos. "Nas outras escolas, os alunos comiam a quantidade que queriam, nessa escola foi a primeira vez que vi fazerem isso com as crianças" , disse a professora.
Desdobramento
A ação que prendeu o proprietário do açougue é um desdobramento da Operação Rota Alternativa que teve início na tarde do da 17 de abril, prendendo em flagrante de sete pessoas, sendo quatro mulheres, merendeiras escolares, na faixa-etária de 37 a 60 anos.
As investigações tiveram início após uma denúncia anônima que acusava uma funcionária da escola em Santa Maria, de envolvimento em esquema de desvio de alimentos destinados à merenda escolar dos alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal. As suspeitas foram abordadas pelos policiais quando estavam saindo da escola com diversos produtos alimentícios. Foi comprovado também que as funcionárias não utilizavam todos os produtos destinados à merenda escolar para que assim, sobrassem, os alimentos e, na sequência, fossem furtados para benefício próprio.
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