Meio ambiente

Pombos trazem riscos à saúde da população em Brasília

Para diminuir o aumento dessas aves e o risco de propagação de doenças, especialistas aconselham não dar alimentos. Mas é importante ressaltar que é proibido por lei caçar e matar esses animais

Laezia Bezerra
postado em 13/05/2023 06:00
 (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)

Mesmo considerado um animal exótico, ou seja, que não faz parte da fauna original da região, é comum ver pombos formarem grupos em muitos locais, no Distrito Federal. Cuidados simples, mas que muitas vezes são ignorados pelos brasilienses, são fundamentais para manter a saúde pública e evitar o crescimento da população dessas aves. 

Segundo especialistas, é no frio que aumenta a densidade das aves em alguns locais, porque eles buscam abrigo e comida, principalmente perto de restaurantes, nas áreas urbanas. Os pombos são portadores de doenças fúngicas, bacterianas e parasitárias, transmitidas para os seres humanos através de suas fezes e podem agravar doenças como rinites, asmas e de bronquites alérgicas.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o controle populacional de qualquer espécie está relacionado ao fornecimento de alimentos. A prova disso é que as aves são vistas constantemente agrupadas próximos a locais onde encontram restos de comidas espalhadas pelo chão ou em lixeiras. As aves são atraídas, na maioria das vezes, pela população que distribui alimentos.

Uma das doenças mais comuns transmitidas pelas aves é a criptococose, também conhecida como "doença do pombo". A infecção é causada por fungos que se proliferam nas fezes dos pássaros e também em ocos de árvores.

Outra, é a influenza aviária transmitida, tanto para o ser humano como para outros tipos de animais. Além disso, eles podem ser vetores de meningite e de pneumonia por fungos. Os pombos transmitem também salmonelose e histoplasmose.

Presença incômoda

A bióloga Gabriela Correa, que também é professora da Secretaria de Educação do DF, explica que a população de pombos, costuma formar grupos em busca de abrigos, principalmente com a chegada do inverno, mas ela reforça que animais são atraídos pela comida distribuída por pessoas, por isso, estão sempre próximos a restaurantes, padarias e lanchonetes, por exemplo.

"Formar os grupos é um comportamento social do pombo que vive em áreas urbanas, e é natural eles se juntarem onde for mais viável para o bando encontrar o conforto no frio, mas principalmente o alimento, que a população disponibiliza", destaca.

Alerta

Isaías Chianca, gerente de Zoonoses SES/DF, informa que as fezes de pombo são o fator de risco para a população, por isso, faz também um alerta sobre a importância do controle populacional dessas aves, sobretudo em relação a alimentação distribuída à eles.

O gerente destaca que "o papel da pasta no combate aos pombos e as doenças que eles transmitem tem sido limitado pelas leis de proteção aos animais, por isso, a secretaria não pode atuar no controle. "O que fazemos é alertar a população em relação ao contato e a convivência com as aves. Orientamos para que as pessoas evitem alimentar voluntariamente esses animais. O combate é o não fornecimento de comida", ressalta.

Em alguns locais do Plano Piloto, por exemplo, os pombos habitam o parapeito e as janelas dos apartamentos. Por isso, é importante mantê-las fechadas e sempre com telas de proteção. Outras medidas de segurança  que a SES orienta é manter os ambientes limpos e higienizados, essa é também uma forma de evitar a proliferação desses animais.

 

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