Luto

Referência no DF, sambista e compositor Daniel Júnior morre, aos 79 anos

Considerado uma das maiores personalidades dos palcos das noites brasilienses, Daniel Júnior se apresentava em bares, acompanhado de seu piano e violão

Pedro Marra
postado em 08/05/2023 09:11 / atualizado em 08/05/2023 09:31
 (crédito: Reprodução/Redes sociais)
(crédito: Reprodução/Redes sociais)

O sambista e compositor de MPB Daniel Júnior morreu, aos 79 anos, no fim da tarde desse domingo (7/5), em um hospital da Asa Sul, após uma parada cardiorrespiratória. O artista estava internado desde abril, quando sofreu dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

Considerado uma das maiores personalidades dos palcos das noites brasilienses, o artista faz parte da história musical do Distrito Federal. Carioca de nascimento, adotou a capital federal como a cidade de coração e de morada. 

Contrabaixista e violonista, acompanhou diversos cantores brasileiros. Além de intérprete, compôs com diversos parceiros, entre eles Carlos Elias, Eugênio Monteiro, Josias Santos, Cássia Portugal, Tibério Gaspar e Marília Barbosa. 

Artista acolhedor

O sambista ceilandense Marcelo Café, 50, lamentou a morte de Daniel, que consideraumaperda para a cultura da cidade. Mesmo tendo visto o músico apenas uma vez, a admiração seguiu forte.

"Ele era de uma geração anterior a minha na música de Brasília. Abriu muitos caminhos pata nós cantores, instrumentistas e foi muito importante para a formação musical da cidade", afirma Café.

Já o violinista Amilcar Paré, 43 anos, brinca que, aonde Daniel se apresentasse, ele ia atrás pela admiração do vasto repertório, algo perceptível pela reação do público. "Antes de me profissionalizar como músico, quando vim de Porto Alegre a Brasília, há 17 anos, procurava ligar para ele, porque era amigo do meu pai e dava muita canja com ele no Otello Piano Bar (na 107 Norte)", conta.

Amilcar relembra que era adolescente e estudante de piano quando acompanhava as apresentações de Daniel, que nunca teve um estudo formal. "Ele ia lá, tocava piano e fazia festa de todo mundo. Isso me fascinava muito porque das vezes que iria com meu pai, ele gritava meu nome de dentro do bar. Eu, que tocava música erudita, ficava envergonhado, mas ele me acolhia demais e estava sempre disposto a ensinar", emociona-se o músico.

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