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Canteiros de obras ao longo do DF testam a paciência dos brasilienses

Trabalhos em vias como viaduto da Epig, Túnel de Taguatinga, Hélio Prates e Estrutural, dificultam travessia de pedestres e afetam até o comércio. Entregas devem ocorrer no segundo semestre

Naum Giló
postado em 02/05/2023 06:00
 (crédito: Naum Giló )
(crédito: Naum Giló )

Obras em vias movimentadas do Distrito Federal estão testando a paciência do brasiliense. Quem circula pela cidade tem a impressão de que a capital virou um grande canteiro de obras, cujos prazos de conclusão são adiados repetidamente.

Na Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig), a obra do viaduto que promete facilitar o fluxo entre o Sudoeste, o Parque da Cidade e a Estrada Parque Taguatinga (Eptg), tem dificultado a circulação dos pedestres.

A diarista Maria Erizeuda de Oliveira Alves, 44 anos, pega condução todos os dias no ponto mais próximo à obra. Ela conta que o impacto maior é sofrido por aqueles que precisam atravessar a via para pegar ônibus no outro lado. "Não tem lugar para a gente atravessar e a via ficou mais larga com a obra. Dependendo do horário, é possível demorar até meia hora para conseguir fazer a travessia", desabafa.

Na pista sentido Setor de Indústrias Gráficas (SIG), o encontro de dois fluxos de carros tornam mais difícil o momento oportuno para atravessar. No local, encontram-se os veículos que vêm da Eptg e aqueles que vêm do Parque da Cidade. Quando o sinal fecha para um, abre para o outro. No sentido Eptg, a cena se repete.

Outra obra que os brasilienses mal podem esperar pela conclusão é a do Túnel de Taguatinga, que vai facilitar o trajeto de motoristas de Ceilândia e Samambaia, passando por baixo do centro de Taguatinga. Enquanto o túnel não é concluído, o trânsito quase para.

Na Praça do Relógio, passageiros esperam as conduções que chegam ao local lentamente, devido ao engarrafamento. "Ficou muito mais complicado pegar ônibus aqui na praça. Muito mais engarrafamento e a sinalização está péssima", reclama o vendedor Gustavo Oliveira, 40.

A Hélio Prates, importante avenida que liga Taguatinga a Ceilândia, está passando por remodelagem, incluindo a escavação de duas bacias de contenção, calçadas ampliadas, estacionamentos reordenados e pavimentados, ciclovia, paisagismo e mobiliário urbano. No entanto, os tapumes no canteiro central, na altura da 17ª Delegacia de Polícia dificultaa travessia de pedestres. "Tem que dar uma volta muito grande. Como a pista perdeu uma das faixas, o fluxo de carros ficou mais intenso e nem sabemos quando a obra vai terminar", lamenta a balconista Maria Morena, 58.

O comércio no trecho amarga a queda nas vendas. Maria Patrícia, 27, gerente de uma loja de produtos para o lar, revela que o movimento caiu 20%. "É muito carro aglomerado. A tremedeira por causa das máquinas já quebrou vários produtos que caíram das prateleiras. O chão está alaranjado de tanta poeira."

Prejuízos no comércio também são constantes na via Estrutural, entre o acesso ao Pistão Norte e a Rua 10B de Vicente Pires. A queda no movimento em um dos restaurantes à beira da via é significativa. Segundo a funcionária Sandra de Souza Barbosa, o número de empregados caiu de 17 para nove. "A gente costumava fechar às 22h. Hoje, encerramos às 19h", conta. A pista Sul, totalmente interditada no trecho, foi substituída pela marginal, mais estreita e engarrafada o dia inteiro.

Na loja de materiais para construção, próxima dali, não é diferente. O gerente Weslen Martins, 40, revela que as vendas caíram 40%. "Ninguém quer parar por causa do engarrafamento."

 

Prazos

Sobre a obra do viaduto da Epig, a Secretaria de Obras informou que a previsão de término é agosto deste ano. Segundo a pasta, o viaduto é parte de uma obra mais ampla, o Corredor Eixo Oeste, de 38,7km de extensão, com corredor de ônibus que vai ligar o Sol Nascente ao Eixo Monumental e ao Terminal Asa Sul.

Já sobre a conclusão do Túnel de Taguatinga, a secretaria se limitou a dizer que o prazo é o meio do ano e alega que enfrenta dificuldades com a entrega dos componentes eletrônicos responsáveis pelo controle e automação dos sistemas de segurança e incêndio, ocasionada, segundo a pasta, pela falta do insumo no mercado mundial.

A obra da Hélio Prates foi dividida em três etapas. A primeira delas foi inaugurada na última sexta-feira. A segunda parte da obra, será uma extensão de 2,7km da via, sem prazo de conclusão.

Novos prazos para as obras na Via Estrutural, que é responsabilidade do Departamento de Estrada e Rodagem (DER), também não foram informados.

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