Completa, nesta quarta-feira (26/4), 10 dias do desaparecimento de Regiane da Silva, 21 anos. A jovem foi vista pela última vez quando saiu da escola em direção à casa, em Planaltina. Em entrevista ao Correio, Dulcinéia Alexandre da Silva, 42, mãe de Regiane, contou que tem esperança em encontrar a filha com vida “Está nas mãos de Deus”, desabafou.
No fim da tarde dessa terça-feira (25/4), os investigadores da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) divulgaram a identidade do principal suspeito de envolvimento no crime. Sérgio Alves da Silva, 42, é considerado foragido da Justiça e, segundo a apuração policial, foi a última pessoa que esteve com a jovem antes dela sumir, conforme noticiado em primeira mão pelo Correio.
Dulcinéia chegou ao DF na manhã de segunda-feira (24/4). A mulher mora em Angico dos Dias, no interior da Bahia, e viajou para auxiliar nas buscas. Desde o dia em que soube do desaparecimento, as noites de Dulcinéia têm sido perturbadoras, segundo ela. “A última palavra vem de Deus e é nele que confio. Estou sem dormir desde o dia do ocorrido, me deu febre e fiquei doente. É algo que não desejo nem ao meu pior inimigo”, disse.
Regiane saiu de Angico dos Dias para vir morar no DF há cerca de seis meses. A intenção era trabalhar e estudar. "Ela queria ser policial e pretendia me ajudar a reformar e aumentar nossa casa lá da Bahia. Ainda pedi para ela não vir para cá. Não queria mesmo, mas sabia que era na boa intenção de me ajudar", contou.
Dulcinéia relata que, dias antes de a filha desaparecer, teve um pressentimento estranho. "Eu estava em casa e do nada senti como se alguém estivesse jogando terra em mim, nas minhas costas. Olhei e, de fato, não tinha nada. Depois, fui à casa do meu pai e senti o mesmo quando estava lavando louça. Na hora, o meu coração apertou e falei com os meus filhos", conta.
A mulher trocava mensagens e falava com a filha por ligações todos os dias. "Completei 42 anos na sexta-feira e, como presente, estou vivendo essa tragédia. Ela sempre me mandava textos lindos e fazia surpresas no meu aniversário", relembra.
Investigação
Regiane foi vista pela última vez na noite de 17 de abril, quando saiu da escola de bicicleta em direção à casa, em Planaltina. Na volta, a estudante foi parada por Sérgio e obrigada a entrar em uma área de mata, no Bairro Nossa Senhora de Fátima. Familiares contaram ao Correio que uma imagem da câmera de segurança do local registrou a abordagem violenta do criminoso contra a garota.
Sérgio ostenta uma longa ficha criminal e seis condenações desde 2004, das quais quatro são por roubos e uma por ameaça. Juntas, as penas impostas pela Justiça contra o criminoso ultrapassam 45 anos. Neste ano, no começo de abril, ao ser beneficiado com o saidão, Sérgio não retornou ao Centro de Progressão Penitenciária (CPP) — unidade prisional onde cumpria pena em regime semiaberto. O mesmo ocorreu em março de 2013.
Alguns itens localizados na mata para onde Regiane foi levada pelo suspeito foram encaminhados à perícia. A família garante que são da jovem. Foram encontrados uma pulseira branca, um tufo de cabelo vermelho e uma bala lacrada.
A bicicleta que Regiane usou no dia do desaparecimento também foi achada. A bike estava em posse de um homem, que afirmou tê-la comprado de outro rapaz. Ele foi autuado por receptação e liberado.