Há seis dias, a família de Regiane da Silva Oliveira, 21 anos, vive aflita e inquieta depois que a jovem desapareceu ao sair da escola onde estudava, em Planaltina. O quebra-cabeça dessa investigação é montado pelos policiais civis da 16ª Delegacia de Polícia, que chegaram até um homem suspeito de envolvimento no caso. O rapaz foi visto próximo ao local onde a estudante passou pela última vez, perto de um córrego, no Bairro Nossa Senhora de Fátima. Nesta reportagem, o Correio traz detalhes que antecederam ao sumiço da garota e a entrevista com um dos irmãos. As buscas devem ser retomadas hoje.
Regiane nasceu no interior da Bahia, no distrito de Angico dos Dias. Há seis meses, ela tomou a decisão de vir morar com familiares no DF para estudar, trabalhar e arrecadar dinheiro para ajudar a mãe. Passou a residir com uma tia, em Planaltina, e se matriculou no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) para terminar o ensino médio.
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Todos os dias a jovem usava a bicicleta da tia para ir à escola e, embora orientada pela familia a seguir um outro percurso, ela fazia o trajeto que passava pela ponte do córrego frequentemente. Na noite de segunda-feira, por volta das 22h15, ao sair da instituição de ensino, a jovem foi abordada por um homem, revelam as investigações. Segundo familiares, uma outra imagem teria registrado o suspeito segurando a bicicleta e forçando a garota a entrar na área de mata. Regiane tenta resistir, mas acaba arrastada.
Pertences
Desesperados com a falta de notícias da jovem, familiares decidiram sair em busca de Regiane. "Meu outro irmão, que mora na Bahia, conseguiu rastrear o celular por acesso ao e-mail, que estava cadastrado no computador. A localização deu exatamente perto do córrego", afirmou, ao Correio, Adson dos Santos, 22, um dos irmãos da estudante.
Um grupo de mais de cinco pessoas fez varreduras pela área. Em um dos pontos, encontraram uma pulseira branca, que ela usava naquela noite. Além do acessório, os parentes localizaram uma balinha ainda lacrada, uma calcinha rosa e um tufo de cabelo vermelho, a mesma cor usada por Regiane. "A raiz do cabelo dela é preta e o que dá a entender é que não foi arrancado, mas sim cortado. Parece que ele (suspeito) tinha a intenção de despistar a polícia", afirmou o irmão. Já a balinha é semelhante às outras que a estudante guardava em um pote de casa. Os objetos foram encaminhados ao Instituto de Criminalística (IC) para análise pericial.
Os parentes localizaram, ainda, uma corda, que estava em posse do suspeito momentos antes da menina sumir. O objeto também foi abandonado no matagal. Vizinhos próximos relataram terem escutado gritos na noite de segunda-feira. "Duas pessoas disseram ter ouvido os gritos vindo da mata, mas não ligaram para a polícia. Vamos vasculhar tudo até encontrarmos ela", disse o irmão.
Conforme o Correio antecipou, na noite de ontem, os familiares encontraram a calça preta que a jovem vestia. A peça de roupa estava perto do quintal do suspeito que teve as imagens divulgadas pela polícia. "Meu parente pulou o muro, que dá acesso à ponte. Estava do outro lado do muro. Tinha até uma cadeira, que parece que ele usou para subir e escalar", disse o irmão. A roupa foi reconhecida pela tia de Regiane por ter um remendo costurado na lateral. Segundo a mulher, a estudante usava a calça no dia do desaparecimento.
Ao longo de três dias, equipes do Corpo de Bombeiros (CBMDF) se mobilizaram para fazer as buscas na região. A corporação dispôs de drones, cães farejadores e mergulhadores.
A família espera encontrar Regiane viva. "É minha última esperança. Ela é uma menina gente boa demais, que sempre pensava no próximo. Todo o dinheiro que ela conseguia aqui, mandava parte para a minha mãe. Estava empenhada nos estudos para ter uma vida melhor", desabafou Adson. As buscas à Regiane continuam.