A festa de aniversário de 63 anos de Brasília foi destaque do CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — com o secretário de Turismo, Cristiano Araújo. Aos jornalistas Ana Maria Campos e Carlos Alexandre de Souza, ele também falou, nesta quarta-feira (19/4), sobre o que considera ser o maior desafio de sua gestão: aumentar o turismo na capital federal.
“A gente ficou muito manchado pelo 8 de janeiro, as pessoas olham para Brasília e veem como uma cidade de político. Brasília não é isso, Brasília é a capital de todos os brasileiros, temos que os piauienses, os mineiros e os cariocas. Tem muita coisa pra aqui, além disso que é colocado lá fora na visão de muitos”, afirmou o secretário.
O que está programando para os moradores no aniversário de Brasília?
A gente tá super animado, porque é a primeira festa após a pandemia, expectativa de fazermos um grande evento de comemoração, de virarmos a página do que vivemos nessa pandemia. Serão três dias de festas. Vamos ter várias atividades, começando na sexta-feira, com as corridas pela manhã. Teremos programação com as crianças, de 9h até 12h30, com atrações, palhaços, apresentações. Na parte da tarde, têm bandas da cidade e uma atração nacional. No primeiro dia, vamos ter a dupla Maiara e Maraisa, às 16h. No segundo dia, vem a Joelma, também às 16h. No terceiro, tem o Fundo de Quintal, sempre acompanhado com bandas locais. Na sexta-feira, Enzo e Rafael, uma dupla sertaneja. No sábado, o Nego Rainer, que também é uma banda aqui da cidade. No domingo, vamos ter apresentação da Orquestra Sinfônica no final do dia. No pôr do sol, o céu é o cartão postal mais lindo que temos em Brasília. E, na manhã de sexta, teremos a troca da bandeira, um evento cívico com a presença do governador Ibaneis Rocha, que também faz parte das comemorações dos 63 anos. Devemos, assim, agradar a todos. É uma festa da família, a área vai estar completamente cercada. Apesar de ser gratuita, as pessoas deverão baixar as suas cortesias pelo aplicativo Sympla, para que nós possamos fazer o controle da entrada, garantindo a segurança de todos que adentrarem o local, abaixo da Torre de TV.
Quais são as potencialidades do turismo do Distrito Federal?
Somos uma capital a céu aberto, os monumentos de Oscar Niemeyer, somos a capital do país, é o que acontece em Washington, em Boston. O aluno aqui das regiões administrativas não conhece a nossa capital, o nosso Plano Piloto. As pessoas do Brasil conhecem locais fora do país e não conhecem Brasília. Então, acho que tem que investir nessa promoção do turismo cívico, turismo de negócio também. A gente tem vocação para receber esses congressos de enfermagem, medicina, ortopedia. São um congressos que interessam para nós realizarmos, essas grandes feiras também — turismo, tecnologia e outros segmentos se enquadram bem a Brasília. E acrescentando que nesse ano vamos divulgar um pouco o entorno do nosso DF. A gente tem cachoeiras belíssimas aqui em volta, temos comidas tradicionais belíssimas, cachaças produzidas no DF, cafés premiados nacionalmente, vinícolas. Então, a gente precisa agora é montar um bom produto, definirmos quem a gente quer atrair para cá. Esse é o grande desafio da minha gestão, e a gente conseguir trazer público para cá, trazer turistas, para que possam aproveitar o nosso espaço gastronômico — o terceiro do país. Acho que esse é o grande desafio hoje da secretaria.
"Somos uma capital a céu aberto, os monumentos de Oscar Niemeyer, somos a capital do país, é o que acontece em Washington, em Boston. O aluno aqui das regiões administrativas não conhece a nossa capital, o nosso Plano Piloto. As pessoas do Brasil conhecem locais fora do país e não conhecem Brasília"
Como é que o senhor avalia a questão da mão de obra no DF para o setor de turismo? Quais são os gargalos? O que que precisa melhorar?
A gente tem uma rubrica no orçamento, denominada de Qualifica Tour, e aproximadamente R$ 10 milhões, que a secretaria tem lá para qualificação. Assim, já estamos conversando com alguns setores, principalmente a ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e o Sindhobar (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília), que são os principais. Mas também temos conversado com as associações rurais, para que a gente possa fazer um chamamento público e oferecer esses cursos. São cursos de inglês, cursos para garçons, para camareiras, para Uber e taxistas.
Esses cursos já estão disponíveis?
Não, estão fazendo chamamentos e ouvindo os setores para ir nas áreas com mais carência — essa é a ideia. Também tem o Senac, a Fecomércio, que somos parceiros, para que possam nos orientar nisso. É um sonho nosso de repente fazer algo parecido com o Renova DF, no qual o governo paga uma bolsa para a pessoa participar do programa se qualificando. Então, ela fica três, quatro meses, dependendo do programa, até seis meses. Ela recebe alguma coisa do governo, algo em torno de um salário mínimo. A gente transforma o Qualifica mesmo em um programa de governo. Por exemplo, o Uber: para ele se qualificar, precisa parar de rodar. Aí, o camarada não consegue parar de trabalhar. Então, conversei com o governador, obviamente esse afastamento dele atrasou um pouco as coisas. Mas a gente tem conversado com o intuito de criar um programa de governo com relação a essa capacitação.
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso