A Praça do Compromisso, localizada na 703/704 Sul, agora se chama "Praça do Índio Pataxó Galdino de Jesus dos Santos". O local, que já era conhecido popularmente como "Praça do Índio", foi reinaugurado nesta quarta-feira (19/4), dia em que também é comemorado o Dia dos Povos Indígenas. Em alusão à data, uma exposição itinerante de artesanato indígena foi inaugurada no local.
Representando a família de Galdino, Tainá Pataxó, 17 anos, neta do indígena, esteve pela primeira vez na praça onde o avô foi covardemente executado. Natural da Bahia, ela está morando em Brasília há poucos meses. "Não tive oportunidade de conhecer meu avô, mas luto até o fim para honrar o legado dele", afirma Tainá. "Meu avô foi um guerreiro. Foi uma covardia e uma maldade o que fizeram com ele. Ele vai estar sempre lembrado em nossos corações", acrescenta.
Estiveram presentes na praça, além de representantes da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe, à qual pertencia Galdino de Jesus, indígenas de outras etnias. O artesão Cledilson Thatxá, da etnia Fulni-ô, veio de Águas Belas (PE), para vender artesanato indígena e homenagear Galdino. "A morte dele foi uma situação muito triste. Homenageá-lo com uma praça ainda é pouco. Mas achei importante honrar a memória dele", declara o indígena.
Além de emplacamento que fala do tributo ao índio Pataxó Galdino de Jesus e totem turístico, a praça conta ainda com um conhecido monumento doado pelo artista plástico Siron Franco, em homenagem ao indígena no ano de 1997.
O caso que chocou o Brasil
Galdino de Jesus dos Santos foi covardemente assassinado no dia 20 de abril de 1997, aos 44 anos, enquanto dormia em uma parada de ônibus na 703 Sul. Cinco jovens atearam fogo no indígena, que teve o corpo todo queimado e não resistiu. Galdino morava na Bahia e estava em Brasília para tratar de questões fundiárias envolvendo as terras indígenas do povo de sua etnia, a Pataxó Hã-Hã-Hãe.
Dia dos Povos Indígenas
Graças à Lei 14.402/2022, neste ano, é comemorado no Brasil, pela primeira vez, o Dia dos Povos Indígenas e não mais o Dia do Índio. A mudança se deu porque o termo "indígena" é considerado uma forma mais precisa para se referir aos povos originários.