Preso desde fevereiro de 2022, o homem acusado de matar mãe e filha no Sol Nascente foi condenado a uma pena de 30 anos e 6 meses pela Justiça do Distrito Federal. O crime bárbaro ocorreu em 9 de dezembro de 2021 e comoveu todo o DF. Grávida de quatro meses, Shirlene Ferreira da Silva, 38, e a filha, Tauane Rebeca da Silva, 14, foram brutalmente assassinadas próximo a um córrego localizado no Sol Nascente.
Mãe e filha estavam desaparecidas após saírem de casa, em 9 de dezembro, para ir tomar banho no córrego. Uma força-tarefa foi montada para buscar as duas mulheres, com cães farejadores, mergulhadores e helicópteros do CBMDF e da Divisão de Operações Especiais da PCDF (DOE). As equipes encontraram um guarda-chuva à margem do córrego e, depois de 11 dias, localizaram os corpos após distante cerca de 500 metros do córrego. Os cadáveres estavam em estado avançado de decomposição e cobertos por folhas.
Após intensa investigação por parte das 23ª Delegacia de Polícia (P Sul) e 19ª DP (P Norte), a polícia chegou ao encalço do acusado de matar mãe e filha. Sob a coordenação do delegado-chefe da 19ª DP, Thiago Peralva, Jeferson Barbosa dos Santos, 26, foi preso no município de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. À época, o delegado contou que Jeferson estava escondido na casa de familiares e, ao ver que sua foto estava sendo amplamente divulgada e que a polícia sabia que ele estava na Bahia, ficou com medo de “ser morto”.
Em depoimento, o acusado negou o crime. “Ele confirmou que estava no local, no dia e horário do crime. Que estava no córrego, desceu na cachoeira, mas diz que foi para fumar um cigarro de maconha e depois foi embora”, narrou o delegado na época dos fatos.
Jeferson foi condenado por duplo homicídio duplamente qualificado e dupla ocultação de cadáver. A defesa, por sua vez, articulou teses de negativa de autoria, insuficiência probatória, necessidade de absolvição e ausência de qualificadoras. A pena deverá ser cumprida em regime inicial fechado
Relembre
Shirlene saiu de casa às 14h30 na companhia da filha Tauane Rebeca. Por volta das 18h30, o marido, Antônio Silva, chegou em casa e perguntou pela mulher ao filho mais novo do casal. Em resposta, o garoto disse que as duas haviam saído para ir até o córrego e não haviam retornado até então. Preocupados, os familiares registraram boletim de ocorrência por desaparecimento na 23ª Delegacia de Polícia (P Sul). Mãe e filha deixaram os celulares em casa antes do passeio.
Os corpos das duas só foram encontrados 11 dias depois. Mãe e filha estavam uma ao lado da outra, com metade dos corpos enterrados sob um lamaçal e a outra parte coberta por folhas. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Shirlene foi atingida 37 vezes com golpes de facas, provavelmente em uma tentativa de proteger a filha do agressor.