Na tarde desta segunda-feira (10/4), a defesa do delegado federal Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), entrou com um novo pedido de revogação da prisão preventiva junto ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes.
O pedido se baseia, entre outros argumentos, no fato de que Torres “não ocupa mais cargo na administração do Distrito Federal e que [...] não teria qualquer condição de interferir no curso das investigações”. O ex-secretário está detido, desde 14 de janeiro, no 4º Batalhão da Polícia Militar, localizado no Guará.
No documento, a defesa destaca que o delegado, mesmo já estando fora do Brasil no dia dos atos antidemocráticos, “buscou conter a crise instalada, a qual não imaginava que poderia acontecer”. Os advogados lembraram que, durante a elaboração do Plano de Ações Integradas (PAI), “as informações de inteligência sequer davam conta da magnitude dos atos que viriam a ocorrer em 8 de janeiro”.
A defesa também destacou que “muitos dos responsáveis pela execução pessoal dos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro já tiveram as suas prisões revogadas”. “Em um universo de 2.151 presos (investigados), 745 foram liberados imediatamente por questões humanitárias. Dos 1.406 custodiados que tiveram o flagrante confirmado após a audiência de custódia, somente 263 continuam segregados”, enumerou o documento.
Os advogados de Torres classificaram a manutenção de sua prisão como uma “grande injustiça”. “Ela só se justificaria sob a ótica da antecipação do juízo de valor sobre o mérito (culpa) da causa, o que é iniludivelmente avesso ao sistema acusatório, ao Estado de Direito e ao princípio constitucional da presunção de inocência”, afirmam.
Em fevereiro último, a defesa de Torres já havia entrado com pedido de liberdade, mas a solicitação foi negada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).