Jornal Correio Braziliense

BRASÍLIA 63 ANOS

Renato Matos e Nicolas Behr relembram momentos marcantes vividos na capital

Ao Podcast do Correio, o cantor e compositor Renato Matos e o poeta Nicolas Behr falam sobre a história cultural de Brasília, cidade que conquistou seus corações

A Brasília de cada um, a Brasília Nossa! Este foi o tema do Podcast do Correio desta quarta-feira (5/4) com o cantor e compositor Renato Matos e o poeta Nicolas Behr, em comemoração aos 63 anos da capital. Ao jornalista José Carlos Vieira, os artistas icônicos lembraram momentos marcantes da história cultural da cidade, como o Concerto Cabeças, os shows no Teatro Nacional e o amadurecimento da identidade cultural brasiliense.

Dos encontros com Cassia Eller no bar Bom Demais, na Asa Norte, aos agitos do Beirute da 109 Sul, Renato e Nicolas tinham muita história para contar. "A noite, eu ia tocar no Bom Demais, com Cassia Eller, e estava assistindo Renato Russo, assim como todo mundo dessa época; quando terminava o show, eu ia para um boteco chamado Caco de Cuia na 408 Sul", destaca Renato.

Ao lembrar da época de juventude, Nicolas conta que o movimento musical da cidade era espontâneo. "Brasília é uma cidade única e diferente, que não dá para comparar; e esse pessoal (da cultura) assumiu Brasília como musa e inspiração, como nas letras de Renato e nas minhas poesias. Na época, tudo conspirava a favor, éramos jovens, disponíveis e tínhamos como objetivo derrubar a censura."

Nicolas chegou à capital em 1974. "Aqui não tinha essa arborização, era uma cidade pequena e começando. É um privilégio chegar a um local que está começando, isso é para poucos". O poeta contou que no começo sentiu um estranhamento com a cidade e a poesia foi a forma que ele encontrou para entender Brasília.

Os dois pioneiros lançaram recentemente a música Rodofernalha. Composta por Renato com trechos de poemas de Nicolas sobre a cidade que conquistou o coração dos artistas. "Viajei (de Salvador) três dias de ônibus para chegar aqui, com um bocado de quadros pintados, para fazer uma exposição, quando cheguei à Rodoviária e vi aquele monte de televisão eu me senti no futuro, numa cidade de Flash Gordon, e estou aqui até hoje", relembrou Renato.

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