Jornal Correio Braziliense

ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Torres troca de defesa e Moraes autoriza acesso de novos advogados em inquérito

O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou o acesso integral da nova defesa do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres para o conhecimento das investigações contra ele relacionados ao 8 de janeiro

O ex-secretário Anderson Torres está com novos representantes para exercer a sua defesa no processo que investiga a atuação dele nos atos de 8 de janeiro. Com isso, o ministro Alexandre de Moraes autorizou o acesso integral para o conhecimento das investigações contra Torres no Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme a jornalista do Correio Ana Maria Campos, da coluna Eixo Capital, noticiou, o novo advogado de Anderson Torres é o ex-chefe da Casa Civil do governo Ibaneis Rocha (MDB), Eumar Novacki. Em nota, o advogado detalhou que os autos do inquérito são extensos, e por isso não há como emitir algum posicionamento no momento.

Os representantes assumiram a defesa do ex-ministro em um momento em que a Polícia Federal busca uma delação premiada com Torres. Uma reportagem do Correio, na tarde desta terça-feira (4/4), detalha que ele demonstra interesse em delatar.

Prisão

Torres está preso desde 14 de janeiro, no 4° Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Um relatório da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), emitido no dia 6 de janeiro — dias antes dos atos golpistas de 8 de janeiro —, mostra que a área da inteligência alertou sobre a convocação de atos. O documento aponta que Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) queriam “sitiar Brasília”. O relatório foi emitido no mesmo dia em que o ex-secretário viajou aos Estados Unidos.

“Circula divulgação sobre a realização dos atos, em Brasília, entre os dias 06 e 8 de janeiro, com vinda de caravanas de outros Estados, em oposição ao atual governo federal. Em desdobramento, a partir do dia 9 de janeiro, estaria prevista a realização de uma “greve geral”. Entre as eventuais ações estariam invasão a órgãos públicos e bloqueio em refinarias e/ou distribuidoras e combustíveis”, cita o resumo do documento enviado pela inteligência.