A Câmara Legislativa aprovou, em primeiro turno, o reajuste de 18% para os servidores, divididos em três parcelas, e o aumento de 25% para os servidores comissionados. As matérias foram amplamente debatidas, mas governistas deram a maioria dos votos para as propostas do governo do Distrito Federal.
"Não há impedimento na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) para não se dar um reajuste melhor. Quando o governo diz que não tem margem tem sim. Há uma desconfiança sobre calote. Ocorreu no governo passado e foi mantido até o ano passado. Queremos discutir o retroativo. O governador não mandou nada para esta casa", apontou Gabriel Magno (PT), líder da minoria. "O 6% não recompõe. Desde o calote, a perda salarial é de 50,2%, desde 2015."
Fabio Felix (PSol) criticou o fato de o governador não ter dado espaço para conversar com os trabalhadores. "O governador não chamou as categorias para debater, ninguém foi ouvido", disse. "A Câmara Legislativa não é puxadinho de governador. Vamos formar uma comissão dos 24 distritais para conversar com ele. São oito anos de calote", avisou o parlamentar da oposição.
O primeiro a ser aprovado foi o Projeto de Lei 238/2023, que concede aumento de 25% para os servidores comissionados. "O aumento é necessário. Existem administradores ganhando R$ 7 mil para tanta responsabilidade. Ninguém quer trabalhar ganhando apenas isso", defendeu o governista Hermeto (MDB).
O distrital oposicionista Max Maciel (PSol) apontou os riscos do reajuste desproporcional em relação aos servidores de carreira. "Essa desproporcionalidade precariza o trabalho dos servidores", alertou.
Após o início das votações, a oposição evitou se manifestar, dados os protestos da galeria lotada por servidores durante fala do governista Iolando de Almeida (MDB). Diante da gritaria, o presidente Wellington Luiz, do mesmo partido, ameaçou esvaziar as galerias com a segurança do Legislativo. "O governador está fazendo o melhor por vocês. Vocês precisam reconhecer", disparou Iolando.