A relação entre a deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) e o senador Izalci Lucas (PSDB) não é mais a mesma desde as eleições de 2022. Ao CB.Poder, a parlamentar comentou os imbróglios envolvendo a queda de braços entre os dois na disputa da candidatura ao Palácio do Buriti.
“Uma pessoa que ficou no sexto lugar, da forma que ele ficou, acho que ele precisa fazer uma reflexão. É algo muito triste um senhor, que tem uma história política, não ter respeito com outra parlamentar, que sou eu. Teve, sim, violência política contra a mulher”, disse a parlamentar.
À jornalista Ana Maria Campos, que conduziu a bancada do programa — parceria do Correio com a TV Brasília —, a parlamentar reforçou que é necessário fortalecer mais mulheres na política. Ela citou também todo o enredo de discussões políticas que motivaram o afastamento do ex-senador Reguffe do âmbito político.
“Eu estava junto com o senador Reguffe, no mesmo grupo político. Ele sempre bateu na pauta da transparência e fiscalização. (Já) O senador Izalci, não sei o que motivou essa aproximação dele com o governo. Ele bateu tanto nos quatro anos no atual governador (Ibaneis Rocha)! Essa aproximação me traz estranheza, mas aí é ele que tem que responder o porquê (da aproximação). Essa falta de transparência (do Izalci) tirou o senador Reguffe da política. Tem consequências nas atitudes dele e ele responde por elas”, contou.
Após a criação do instituto pela Reforma Eleitoral de 2021, partidos políticos se juntaram para a criação de uma federação. No âmbito nacional, PSDB e Cidadania fecharam um pacto, que se desdobraria para todos os Estados. No DF, quem preside o PSDB é Izalci e o Cidadania é comandado por Paula Belmonte.
Processo arquivado
O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), em setembro do ano passado, arquivou um processo de violência política contra a mulher contra o tucano Izalci. Os dois selaram um acordo para por fim ao processo, que chegou a virar caso de polícia.
A decisão de extinguir o processo foi proferida pelo desembargador Diego Barbosa, que anunciou ter havido um acordo entre a candidata a deputada distrital e o tucano. Ele ressaltou que a falta de interesse de Belmonte para a continuação do projeto corrobora para a extinção do processo. "Houve perda superveniente de interesse processual, eis que todos os pedidos da presente ação são relativos à atuação do senhor Izalci no citado processo", assinalou.
Com a confirmação do nome de Izalci, à época, na disputa pelo Palácio do Buriti, Belmonte articulou a possibilidade de ser candidata à deputada distrital, mas o tucano negou o pedido — ele exercia a função de coordenador da federação no DF. À coluna Capital S.A da jornalista Samanta Sallum, do Correio, Paula Belmonte disse à época ter sido boicotada pelo senador.
Para se candidatar, Belmonte foi ao diretório nacional do PSDB e pediu que a ação do senador fosse revista e, em troca, desistiria das ações que movia contra Izalci, entre elas a de violência política contra a mulher. Izalci concordou, por entender que não houve nenhum crime eleitoral contra ele.
Procurado, o senador pediu que a reportagem entrasse em contato com a presidente do PSDB-Mulher DF, Andreia Moura. Ao Correio, ela esclareceu que a parlamentar não sofreu violência política e que todo o processo para a construção da candidatura do senador ao cargo de governador foi seguindo os trâmites. “Não houve violência política contra a Paula Belmonte. Ela sempre volta com esse mesmo assunto de algo tão sério que não ocorreu com ela. Na verdade, quem sofreu violência política fui eu, quando ela e o marido dela fizeram aquele escândalo em uma reunião, quando logo após eu fiz um boletim de ocorrência”, disse.
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