Foi apresentado agora pela manhã o relatório final da força-tarefa contra o Feminicídio. O evento reuniu representantes de diversos órgão do governo para falar sobre o tema. Desde a sua criação, foram realizadas pela iniciativa 104 atividades, sendo 17 reuniões, 45 ações e 42 eventos voltados ao debate da questão no DF.
A secretária da Mulher do DF, Giselle Ferreira, informou que a ação é permanente e reúne diversos órgãos do GDF, que contribuirão com o combate ao feminicídio. “Nós só vamos comemorar quando (o número de feminicídios) for zero. Nenhuma mulher a menos, então essa rede (de apoio) precisa ser trabalhada a todo momento”, reiterou.
Além disso, a ação terá participação do governo Federal na elaboração de novas etapas. “Temos diálogo a todo momento. Estivemos com a ministra das Mulheres (Cida Gonçalves), e a todo momento nós estamos fazendo a cobertura. A rede de apoio da mulher é essa. Precisamos da união de vários esforços”, ressaltou.
Trabalho contra o feminicídio
O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, ressaltou a importância da união de diversos órgão locais e nacionais na realização do combate ao feminicídio. “A segurança é uma dessas áreas, que está empenhada, juntamente com todas as demais, no sentido de cada um fazer a sua parte para que alcancemos números cada vez melhores”, afirmou.
Avelar também destacou a importância de enxergar casos de feminicídio como uma anormalidade, para que haja a conscientização da relevância do combate a esse tipo de ocorrência. “O que não nos escandaliza também nos define, já dizia Luís Fernando Veríssimo. Um feminicídio já é para nos escandalizar. Não tem lógica no mundo de hoje ainda vermos esse tipo de barbaridade. Não podemos entender isso como normal. Temos que nos escandalizar e trabalhar contra”, apontou.
Panorama
De acordo com relatório disponibilizado pela Secretaria da Mulher, de 2015 a 2023, houve 157 feminicídios no DF. Todos esses casos deixaram 297 órfãos. Neste ano, até março, foram 9 ocorrências desse tipo, das quais resultaram 10 órfãos. Grande parte dos casos ocorreu dentro da residência, com uso de arma branca.
A região com maior número de feminicídios nos últimos 8 anos foi Ceilândia, com 23 casos. A média de idade das vítimas é de 37 anos. Das 157 vítimas, 122 possuíam filhos. Desses, 72% tinham até 12 anos até o momento do crime.