Investigação

Moraes dá 48h para Torres explicar senhas incorretas da nuvem de celular perdido

PF alegou que defesa de ex-secretário apresentou senhas incorretas da nuvem do celular que Anderson Torres teria perdido nos Estados Unidos. Moraes pediu explicações

Pablo Giovanni
Victor Correia
postado em 28/04/2023 14:43 / atualizado em 28/04/2023 14:47
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para a defesa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, entregar as senhas corretas da nuvem do celular do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL). Segundo a Polícia Federal, as senhas fornecidas estavam incorretas, impossibilitando a extração de dados.

Torres teria perdido o aparelho, durante a volta dele dos Estados Unidos. A informação sobre as senhas incorretas foram divulgadas, nesta sexta-feira (28/4), pelo portal G1, e confirmada pela reportagem do Correio. O ex-secretário deve ser questionado pelos investigadores sobre as senhas entregues. Ele está preso desde o dia 14 de janeiro por suspeita de omissão frente aos ataques terroristas e antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília.

A defesa do ex-ministro de Justiça entregou o material na semana passada, em petição ao STF. As senhas deveriam dar acesso a contas de e-mail e aos dados do celular que estão salvos na nuvem. A PF busca trocas de mensagens ou informações sobre a atuação do ex-secretário durante os ataques, e também sobre a minuta golpista encontrada durante operação de busca e apreensão na sua casa, em Brasília.

Embora a defesa de Torres peça a revogação da prisão, o ministro do STF Alexandre de Moraes citou a omissão do ex-secretário em relação aos dados de seu celular como um dos motivos para negar o pedido.

Piora no estado de saúde

Segundo Moraes, em decisão na quinta-feira da semana passada (20), Torres "suprimiu das investigações a possibilidade de acesso ao seu telefone celular. Consequentemente, das trocas de mensagem realizadas no dia dos atos golpistas e nos períodos anterior e posterior". O magistrado também cita que o ex-secretário forneceu as senhas "mais de 100 dias após a ocorrência dos atos golpistas e com total possibilidade de supressão das informações ali existentes".

Torres tinha um novo depoimento à PF marcado para a última segunda (24), mas sua defesa alegou piora no estado de saúde e pediu o adiamento. A corporação acatou o pedido e a oitiva será remarcada, ainda sem data para ocorrer.

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