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Mulheres e crianças vítimas de violência serão beneficiadas com cirurgia plástica

Parceria da Fundação IDEAH com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios promete oferecer atendimento às mulheres e crianças vítimas de violência doméstica. O Termo de Cooperação com o TJDFT ocorrerá nesta quarta-feira (26/4)

Ana Luiza Moraes*
postado em 25/04/2023 18:31 / atualizado em 26/04/2023 07:39
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

A Fundação Instituto para Desenvolvimento do Ensino e Ação Humanitária (IDEAH) da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em cooperação com os tribunais de justiça do país, oferecerá atendimento gratuito às mulheres e crianças vítimas de violência doméstica. A cerimônia da assinatura do termo de cooperação com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) será nesta quarta-feira (26/4), às 17h.

Luciano Chaves, presidente da Fundação IDEAH, informa que o atendimento será direcionado aos pacientes originários das varas de violência doméstica, e a relação legal será captada pelos juízes responsáveis durante o mês de maio. “Assinando o termo de cooperação amanhã, o TJDFT fará um levantamento desses pacientes que estão cadastrados com processos”, explica.

A previsão é que o mutirão ocorra nos meses de junho e julho, a fim de atender o maior número de pacientes. Posteriormente, o projeto terá continuidade com atendimento ambulatorial nos serviços de cirurgia plástica da rede pública.

O projeto oferecerá os serviços de cirurgia plástica nos hospitais credenciados pelo SUS e o atendimento será oferecido por cirurgiões plásticos da SBCP, de maneira voluntária e gratuita às vítimas. “Temos um feminicídio a cada 6 horas. Uma tragédia. Graças a Deus, muitas mulheres não vão a óbito, mas tem se criado uma grande população de mulheres com sequelas que tiveram origem na violência doméstica”, conta. “É uma variedade muito grande de sequelas, e é muito triste para nós, cirurgiões plásticos, também”, diz o presidente da fundação.

Luciano diz que promover o atendimento especializado é necessário, uma vez que essas vítimas geralmente não buscam assistência médica voluntariamente. “A paciente que é sequelada fica refugiada. Não é uma paciente que procura espontaneamente os médicos, porque ela tem que relatar o que ocasionou aquela sequela, que é uma triste história”, diz o presidente. “Um grande número de pacientes estão vitimadas, sequeladas e sem assistência especializada em cirurgia plástica reparadora”, descreve.

Para o presidente, o projeto ajuda a devolver às mulheres uma autoestima, além de auxiliar na melhoria funcional de suas habilidades físicas. "É um projeto grandioso, uma força tarefa”. Além disso, tem esperanças de que a assinatura do termo com o TJDFT trará ótimos resultados para o alcance e a visibilidade do projeto e as expectativas são altas. “Amanhã será um dia bastante importante, porque a capital do país tem uma representatividade muito grande”, comenta.

O primeiro termo de cooperação foi assinado pelo Tribunal de Justiça de Goiás, e o presidente conta que a fundação está em tratativas com outros tribunais do país para também aderirem ao projeto. “Já estamos prontos para assinar o novo termo com o tribunal do Maranhão. É só uma questão de data”, conta. Outros tribunais, como o de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Sergipe, estão em fase de análise do projeto, documentação e protocolo.

Além disso, o presidente fala sobre a importância da criação de uma portaria feita pelo Ministério da Saúde que determine guias de internação específicas para atender esses pacientes. Essa guia é uma autorização de internação hospitalar aos hospitais credenciados ao SUS e, segundo Luciano Chaves, já existe para os pacientes que sofreram com queimaduras. “Isso já é uma prática do Ministério da Saúde, que só é possível por meio de uma portaria. Não oficializamos isso ainda, mas estamos construindo”, conclui.

*Estagiária sob a supervisão de Patrick Selvatti

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