Major que chamou viatura para levar amigo vai assumir cargo na CLDF

O caso, revelado pelo Correio, aconteceu em dezembro de 2021. O major chamou uma viatura pelo 190 para levar um amigo em casa. Agora, ele assumirá um cargo na Polícia Legislativa da CLDF

Pablo Giovanni

postado em 17/04/2023 14:11 / atualizado em 17/04/2023 15:49

(crédito: Reprodução)

O major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Fábio Borges Ferreira da Costa vai assumir o cargo de assessor de coordenadoria da Polícia Legislativa da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ele ficou conhecido após chamar uma viatura pelo 190 para levar um amigo em casa, em Ceilândia, em 2021.

O nome do policial consta no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta segunda-feira (17/4) como "cessão de policial militar". O caso envolvendo o major foi relevado pelo Correio. Em 22 de dezembro, a poucos dias do natal de 2021, o major ligou para o 190 — número para o atendimento de ocorrências policiais destinado à população — e ordenou que a equipe da viatura levasse um dos funcionários dele até em casa, em Ceilândia. Sabendo da ilegalidade, os PMs o questionaram e negaram, até que Fábio, em tom autoritário, disse que a ordem teria partido do próprio subcomandante-geral da PM.

O comandante da equipe, no entanto, afirmou ao major que, antes de qualquer atitude, ligaria para o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para verificar a ordem. Em resposta, o major teria dito: “Pode falar com quem quiser, a ordem é do subcomandante-geral”. O supervisor foi informado de que de fato o subcomandante Hércules havia ligado para o chefe do Copom e pedido para que o funcionário do major fosse deixado em casa.

A situação gerou desconforto na corporação e resultou na homologação da ocorrência. O caso seguiu para investigação, e a PMDF afastou o major. À época, a corporação também esclareceu que o subcomandante-geral não realizou qualquer ligação ao Copom naquela data.

A reportagem procurou a CLDF. Em nota, a Casa afirmou que a denúncia envolvendo o major o desempenho do trabalho dele na Câmara. "A denúncia envolvendo o major Fábio da Costa está na Corregedoria da Polícia Militar, e isso não compromete o exercício das funções do oficial naquela corporação nem o impede de ser designado para outros cargos compatíveis com sua formação e atuação profissional", esclareceu.