Investigação

PCDF investiga mais 6 suspeitos em plano de atentado com bomba no aeroporto

Em dezembro do ano passado, a Polícia Civil do Distrito Federal foi acionada por conta de uma bomba em um caminhão-tanque próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília

Darcianne Diogo
postado em 15/04/2023 00:01 / atualizado em 15/04/2023 07:36
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga a participação de mais seis pessoas sob suspeita de plantar uma bomba em um caminhão-tanque próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, em dezembro do ano passado. Ontem, investigadores da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor) desencadearam a operação Artificium e cumpriu seis mandados de busca e apreensão em cinco cidades do estado do Pará.

O Correio apurou que os investigados são cinco homens e uma mulher, de 57, 56, 50, 47, 40 e 32 anos, respectivamente. As ordens judiciais foram cumpridas nos endereços vinculados aos alvos, nas cidades paraenses de Redenção, São Félix do Xingu, Marabá e Xinguara, onde foram apreendidos eletrônicos e documentos. A ação, que contou com a participação de 30 policiais, é resultado de diligências que se iniciaram a partir da prisão em flagrante de George Washington de Oliveira Sousa, detido na véspera de Natal. O homem foi o responsável por montar o artefato e entregar a Alan Diego dos Santos, que também está preso.

Um terceiro homem, identificado como Wellington Macedo de Souza, teve a prisão decretada pela Justiça por envolvimento no crime. O blogueiro cearense segue foragido há mais de três meses. "[...] Foi aberta nova investigação para verificar a participação de mais pessoas no crime. Verificamos que assim que nos dias que antecederam o fato, ocorreram comunicações entre George, Allan e outros investigados sobre compra e transporte de explosivos do Pará para o Distrito Federal, bem como transferências de valores para custear tais aquisições", afirmou o delegado-chefe da Draco, Rafael Póvoas.

Caso seja comprovado o envolvimento dos outros seis investigados, eles poderão responder pelos crimes de incêndio, explosão e organização ou associação criminosa e estarão sujeitos a penas que ultrapassam 24 anos de prisão.

Articulação

A Polícia Civil, no decorrer das investigações, conseguiu mapear toda a ação articulada pelos suspeitos, desde a criação da bomba até a implantação do artefato no aeroporto. De acordo com a apuração policial, o plano foi conversado inicialmente no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

George veio para o DF e morava em um apartamento do Sudoeste. Ele foi o responsável por montar o artefato e entregar para Alan. Em depoimento, George alega que o plano inicial era deixar a bomba em um poste de energia, mas Alan teria mudado de ideia e se dirigiu até à Estrada Parque Aeroporto (Epar) e deixou o artefato em frente à Concessionária V1.

Alan deixou a bomba no eixo de um caminhão-tanque, abastecido com 63 mil litros de querosene de aviação (28 mil no primeiro compartimento, e 35 mil no segundo). Wellington, por sua vez, foi o responsável por conduzir o veículo até o local.

George e Alan permanecem presos no DF e se tornaram réus depois da Justiça aceitar a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MPDFT). Eles respondem pelo crime de explosão, quando se expõe "a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos".

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