Preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por comandar um esquema ilegal de venda de cervejas adulteradas em Brazlândia, o empresário pernambucano Paulo Alves Cordeiro Filho já foi preso por envolvimento em uma organização criminosa acusada de desviar recursos públicos e fraudar licitações na cidade de Catende (PE). A respectiva organização era liderada pelo pai dele, o ex-prefeito do município Otacílio Cordeiro, preso em 2016.
Paulo Alves foi detido pelos investigadores da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) no fim da tarde dessa terça-feira (4/4). O homem saiu de Recife com destino a Brasília e, ao chegar em um hotel, na região central de Taguatinga, acabou capturado. Ele é o proprietário de uma empresa especializada na venda de água mineral, situada às margens da DF-220. De Pernambuco, o empresário monitorava as atividades ilícitas do estabelecimento.
As investigações da PCDF revelaram que, nos últimos meses, a empresa de água passou a adulterar latas de cerveja vencida, suprimindo a data de vencimento e revendendo a bebida para clientes. O gerente do local foi preso em flagrante na época. Na quinta-feira passada (30/3), policiais civis e militares desarticularam uma operação e apreenderam mais de 150 mil latas de cerveja adulteradas.
“A adulteração ocorria em Brazlândia, mas as ordens emanavam de Recife, com o empresário à frente do esquema”, afirmou o delegado Fernando Cocito, delegado-chefe da 18ª DP.
Escândalo
Paulo Alves foi alvo da operação Longa Manus, desencadeada em 2016 pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE). Além dele, foram detidos o sobrinho do ex-prefeito e um tenente-coronel da PM. Segundo as investigações da época, os três tentaram atrapalhar a investigação sobre a organização criminosa comandada por Otacílio.
Otacílio é ex-prefeito da cidade de Catende (PE) e foi detido em junho de 2016. São várias as acusações contra o ex-gestor do município. A megaoperação da PCPE identificou um rombo de quase R$ 25 milhões aos cofres municipais. A Polícia Civil confirmou, ainda, que o ex-prefeito chegou a planejar a morte de uma testemunha, após a vítima ter fotografado Otacílio descumprindo o mandado de prisão domiciliar, mas o crime não chegou a ser praticado.
Durante o cumprimento do mandado de busca na casa de Otacílio, em Quipapá, na Mata Sul, os investigadores encontraram 12 armas de fogo, uma barra de ouro avaliada em R$ 40 mil, mais de R$ 750 mil em uma gaveta.
A reportagem tenta localizar a defesa de Paulo Alves. O espaço permanece aberto para manifestações.
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