Diretora-geral do Senado Federal desde 2015, Ilana Trombka é a entrevistada desta semana do Podcast do Correio, programa semanal do Correio Braziliense. Em conversa com as jornalistas Adriana Bernardes e Ana Maria Campos, a servidora pública fez comentários sobre a violência que muitas mulheres sofrem na política e destacou a importância de figuras femininas em altos cargos de poder. “Eu sempre digo que a violência política é a mãe de todas as violências. Eu falo isso porque a violência política não é apenas a violência na política partidária, é a violência que impede que a mulher galgue postos de poder, postos de decisão na área pública e na área privada”, declarou.
Ilana Trombka fez uma leitura sobre a nova composição do governo federal que está com diversas mulheres em cargos de alto escalão. “Precisamos nos inspirar nas pessoas que vêm em cima, você já pensou o efeito de uma ministra Anielle Franco nas meninas negras, eu digo que é o efeito de você enxergar a sua projeção, e você pode dizer se ela já chegou até lá é porque eu não posso chegar. Porque a gente pode falar qualquer coisa no discurso. O que importa é a prática”, destacou a diretora-geral do Senado. Ilana reforça que as mulheres, estando em uma posição privilegiada politicamente, vão participar ativamente da decisão do governo federal.
A diretora-geral comentou sobre o processo de reconstrução do Senado após os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro e frisou que os prejuízos materiais já estão quase todos resolvidos, mas as consequências emocionais e psicológicas para quem trabalha na casa foram traumáticas. “Foi horrível, a primeira sensação que me deu foi de resolver, acho que 48 horas depois o presidente Rodrigo chegou, eu meio que relaxei. Agora o presidente está aqui, toma para você. Na terça de manhã eu tive uma crise de choro, agora eu acho que a lição mais importante é que tudo tem limite, até a democracia”, recorda.
Para Ilana, as pessoas que participaram do ato contra a democracia brasileiras não podem ser taxadas de loucas e devem ser responsabilizados por suas ações. “Elas entraram num outro planeta, numa realidade paralela por escolha delas mesmas. Realidade paralela que levou àqueles atos, mas quem foram eles que optaram por só se informar daquele jeito, por só acreditar naquele grupo, por não interagir com ninguém. São seres conscientes e estão tomando as suas decisões”, comenta.
Confira a entrevista completa:
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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