Em depoimento à Polícia Federal, o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres disse que a inteligência da SSP o municiava de informações estratégicas, mas não foi informado dos movimentos dos atos de 8 de janeiro. À CPI dos Atos Antidemocráticos, o coronel da PMDF Jorge Henrique da Silva Pinto disse que o ex-secretário estava no grupo de WhatsApp.
"A príncipio, ele estava no grupo Difusão. O alcance desse grupo era exatamento o secretário de Segurança Pública. Se ele não estava exercendo (o cargo), o destinatário dessas informações (da inteligência) seria o secretário-executivo", garantiu o coronel.
O oficial ocupava o cargo de ex-coordenador da Subsecretaria de Inteligência nos atos de 8 de janeiro. Aos distritais, o coronel contou que encaminhou informes nos grupos sobre a possibilidade de confronto entre manifestantes e as forças de segurança. "Não sei de que forma os superiores entenderam os meus alertas. Mais uma vez: a inteligência da SSP produz conhecimento e auxílio do processo decisório. Quem decide não é a inteligência", disse.
"Eu avisei que haveria confronto com as forças policiais. Eu mesmo (os) informei. Tanto no grupo Difusão, que era endereçado ao assessoramento do secretário de Segurança Pública, quantos nos demais grupos, onde estava analistas de todos os órgãos", completou.
O ex-secretário viajou aos Estados Unidos (EUA) na noite de 6 de janeiro. Com a ausência de Torres, quem ocupava interinamente a pasta era o então secretário-executivo da SSP Fernando de Sousa Oliveira. Ele, no entanto, detalhou que se reportava a Torres, já que o ex-secretário entraria de férias a partir de 9 de janeiro.
CPI na CLDF
Para a última oitiva de março, nesta quinta-feira (30/3), a CPI ouve o coronel da PMDF Jorge Henrique da Silva Pinto. O oficial da PMDF estava em grupos de WhatsApp que serviam para o repasse de notícias sobre manifestações na capital federal. O policial, que exercia papel dentro da inteligência da SSP, terá de explicar sobre alertas que ele enviou nas vésperas do 8 de janeiro.