O coronel da PMDF e coordenador da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), Jorge Henrique da Silva Pinto, contou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos que avisou nos grupos de WhatsApp que haveria confronto com as forças policiais, mas nada foi feito.
O oficial ocupava um cargo na área de Assuntos Institucionais, vinculado à ex-subsecretária de Inteligência Marília Alencar. O coronel afirmou que encaminhou informes nos grupos sobre a possibilidade de confronto entre manifestantes e policiais militares. "Não sei de que forma os decisores entenderam os meus alertas. Mais uma vez: a inteligência da SSP produz conhecimento e auxílio do processo decisório. Quem decide não é a inteligência", disse.
"Eu avisei que haveria confronto com as forças policiais. Eu mesmo informei. Tanto no grupo Difusão, que era endereçado ao assessoramento do secretário de Segurança Pública, quantos nos demais grupos, onde estava analistas de todos os órgãos", completou.
O coordenador da inteligência detalhou que não acredita que houve complô na Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e contou aos membros da comissão que a inteligência da PMDF sempre o procurava para repasse de informações da inteligência da SSP. "A inteligência (da SSP), eu tenho certeza que atuou. As inteligências dos outros órgãos tiveram acesso a todas as informações que eram produzidas pelos nossos grupos. A inteligência se presta no papel de informar o decisor. No caso da Secretaria de Segurança Pública, (essa informação) chegou", disse.
O oficial destacou, ainda, que não tinha contatos com a alta cúpula da SSP-DF e que não esteve reunido nem com Anderson Torres, nem com Fernando de Sousa Oliveira, que substituía Torres no monitoramento dos atos de 8/1. Ele disse que se reportava a Marília Alencar, chefe da subsecretaria.
CPI na CLDF
Para a última oitiva de março, nesta quinta (30/3), a CPI vai ouvir o coronel da PMDF Jorge Henrique da Silva Pinto. O oficial da PMDF estava em grupos de WhatsApp que serviam para o repasse de notícias sobre manifestações na capital federal. O policial terá de explicar sobre alertas que ele teria feito nas vésperas do 8 de janeiro.